
Em um momento em que as oportunidades de trabalho flexível diminuem, as opções de onde trabalhar como nômade digital continuam a crescer. Só este ano, destinos populares como Grécia, Itália, Japão e Tailândia criaram programas para nômades digitais, em um esforço para competir por talentos estrangeiros. Mas qual país é a melhor opção para trabalhadores remotos?
Um novo relatório sobre nômades digitais da empresa de consultoria global Global Citizen Solutions, lançado no dia 25 deste mês, responde a essa pergunta ao revisar programas de relocação de 65 países ao redor do mundo.
Confira os 15 melhores destinos para trabalho remoto
1 – Espanha
2 – Holanda (Países Baixos)
3 – Noruega
4 – Estônia
5 – Romênia
6 – Malta
7 – Portugal
8 – Canadá
9 – Hungria
10 – França
11 – Alemanha
12 – Taiwan
13 – República Tcheca
14 – Letônia
15 – Malásia
A empresa, que se concentra em ajudar clientes a identificar programas de cidadania e residência por investimento, avaliou as opções disponíveis atualmente, observando tanto a legislação em vigor quanto a opinião de especialistas.
Foram avaliadas cinco categorias principais: custo de visto (aplicação, requisitos de renda), benefícios de visto (duração, possibilidade de extensão, caminho para a cidadania), qualidade de vida (cuidados de saúde, segurança, poluição, clima), economia (custo de vida, otimização fiscal, preço de mesa de coworking) e tecnologia/inovação.
O melhor lugar para ser um nômade digital, segundo o relatório, é a Espanha. Vários fatores a impulsionaram para o topo, incluindo uma nova lei de startups destinada a impulsionar o ecossistema empreendedor do país, zero tributação sobre a renda auferida no exterior, acessibilidade, disponibilidade de internet de alta velocidade e um ambiente ideal para tecnologia e inovação.
Nove dos dez principais países estão na Europa, incluindo algumas surpresas. Holanda (Países Baixos) e Noruega, em segundo e terceiro lugar e com pontuações quase iguais, foram escolhidos por seu alto padrão de vida e serviços sólidos de saúde, educação e sociais — mas os altos custos de vida são um grande desafio, aponta o relatório.
Estônia e Romênia tiveram um resultado impressionante. Os dois países oferecem um estilo de vida mais acessível com excelente acesso à natureza e uma rica cena cultural.
O único destino não europeu a entrar no top 10 é o Canadá, ocupando o 8º lugar. O país anunciou em 2023 que estava trabalhando em uma nova estratégia para atrair trabalhadores de tecnologia.
“O aspecto mais notável do relatório é o domínio dos países europeus”, disse Patricia Casaburi, CEO da Global Citizen Solutions, em uma declaração por e-mail. “Além disso, é surpreendente que 91% dos 65 programas ativos de nômades digitais foram lançados após o início da pandemia de Covid-19, demonstrando uma resposta rápida à mudança para o trabalho remoto.”
Entre outras qualidades que deram à Espanha e aos Países Baixos uma vantagem, além da alta qualidade de vida, está o fato de que eles oferecem aos portadores de visto de nômade digital um caminho para a residência permanente que pode se transformar em cidadania.
O relatório, no entanto, não reflete a , por exemplo, o que poderia criar uma atmosfera de desconforto para trabalhadores remotos temporários.
Pensando em morar no exterior?
Mas cada país tem vantagens distintas. Estônia e Romênia fizeram investimentos significativos em tecnologia, incluindo infraestrutura de ponta para internet de alta velocidade. E, como outros países do leste europeu que ficaram entre os 20 primeiros— Hungria, Letônia e República Tcheca — eles oferecem custos de vida relativamente baixos quando comparados aos da Europa Ocidental.
Taiwan ficou em 12º lugar pela facilidade de seu sistema de visto para nômades digitais, que permite que a pessoa fique por até três anos após a aprovação, mas exige que ela trabalhe em um dos oito setores específicos, incluindo tecnologia, educação, finanças e direito. O Japão, que anunciou seu programa de nômades digitais em 1º de abril, ficou em 16º lugar.
“Agora há uma gama mais ampla de oportunidades para nômades digitais”, disse Patrícia Casaburi.
Os altos custos de visto e os níveis salariais exigidos significam que regiões como o Oriente Médio, incluindo Dubai e Abu Dhabi, e o Caribe não tiveram uma classificação alta no índice. No último lugar ficaram Antígua e Barbuda, Aruba e Granada.
No geral, a Europa representa 35% de todos os vistos para nômades digitais atualmente oferecidos, mostra o relatório, enquanto as Américas representam 38% e a África apenas 8%.
De acordo com o relatório, quase 60% dos vistos de trabalho remoto são imparciais em relação à nacionalidade ou profissão.
“Notamos que, embora a maioria dos nômades digitais seja de países do Norte Global, um número crescente é de países com passaportes mais fracos”, afirmou Patrícia. “Esses indivíduos estão aproveitando os programas de nômades digitais para adquirir residência permanente e cidadania em países com passaportes mais fortes, melhorando significativamente sua mobilidade global.”