O turismo como indústria produtora de divisas é uma atividade relativamente recente, data do século XIX. Antes disso, apenas aventureiros ou missões saiam em busca de conhecer novas terras. Acredito que, no Brasil, estamos em um momento em que o turismo está sendo visto como promoter de renda numa cadeia que é quase infinita.
Dentro dos diversos tipos de turismo que o mundo pratica, entre eles turismo de memória, turismo de experiências, turismo de base comunitária, turismo de luxo, afroturismo, um desponta de maneira gigantesca: o turismo de eventos, que apresenta índices impressionantes. É aquele turismo em que o turista viaja para um lugar para participar de um evento, que pode ser corporativo ou de laser, como shows de artistas, na maioria, impossíveis de serem vistos ao vivo.
A cidade do Rio de Janeiro vem se dedicando ao turismo de eventos e está, além de afastar a fama de cidade perigosa, lucrando muito. Segundo dados da revista Exame, o show de Madona custou 60 milhões de reais com três cotas de patrocínio e movimentou 300 milhões de reais na cidade. Lady Gaga custou no total 92 milhões com patrocínio público e privados. Segundo o Money Times, Lady Gaga reuniu 2,1 milhões de pessoas e mais de 500 mil turistas desembarcaram no Rio para ver o show. O evento injetou cerca de 600 milhões na economia carioca. Boatos correm que a próxima atração internacional é a banda U2.
O nome do projeto que leva grandes nomes para apresentações gratuitas para o público é “ Todo Mundo no Rio” e, digno de ser copiado. Uma coisa é o turista ir visitar João Pessoa, e a outra é ir visitar João Pessoa e assistir a um grande show, de graça, que nunca seria possível pagando. A prefeitura municipal de JP já faz shows na praia, de graça, faz tempo. É até uma tradição. Uma amiga, chegada recente para morar aqui, do Tocantins, me falou da surpresa com tantas atividades culturais não pagas. Mas estamos falando de um andar mais alto. Atrações que reúnem público gigante que deixam recursos para a cidade. Seria o show do rei Roberto Carlos, no aniversário de João Pessoa, um sinal ?