Trump, TikTok e tarifas: o jogo geopolítico agora passa pelas redes sociais

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As tarifas estão no centro do tabuleiro global, e com elas, uma nova camada da guerra comercial entre Estados Unidos e China: o universo digital. Donald Trump, mais uma vez, reacende a tensão entre as duas maiores economias do mundo com uma estratégia que mistura pressão econômica e influência digital. E o pivô disso tudo? TikTok.

Na última semana, Trump impôs novas tarifas sobre produtos chineses, elevando a carga para 67% em algumas categorias. O que inicialmente parecia mais uma jogada protecionista, logo se revelou algo maior. O presidente norte-americano afirmou que estaria disposto a renegociar as tarifas – desde que a China aprovasse a venda do TikTok para investidores norte-americanos.

Sim, a rede social virou moeda de troca. E isso é extremamente simbólico.

A TikTok, com mais de 1 bilhão de usuários no mundo, deixou de ser apenas um aplicativo de dancinhas para se tornar um ativo geopolítico. Trump entende que controlar a plataforma (ou pelo menos tirá-la das mãos do Partido Comunista Chinês) é uma jogada de poder. E está usando tarifas econômicas como ferramenta de negociação para forçar isso.

Esse movimento afeta diretamente o mercado financeiro. A instabilidade gerada por essas tarifas e ameaças de retaliação chinesa derruba bolsas, altera projeções de crescimento e impacta decisões de investimento em escala global. Investidores reagem mal a incertezas, principalmente quando envolvem dois gigantes econômicos. A recente resposta da China – com taxações de 34% sobre importações dos EUA e bloqueios pontuais a empresas norte-americanas – mostra que o contra-ataque já começou.

Do lado da tecnologia, o cenário é ainda mais sensível. Empresas como Apple, Tesla, Google e Microsoft observam atentamente cada passo dessa disputa, pois grande parte da sua cadeia de produção (e consumo) passa por território chinês. O risco de sanções ou novas restrições logísticas é real – e isso impacta desde a inovação até a precificação dos produtos finais.

O mais emblemático de tudo é como as redes sociais estão deixando de ser apenas ferramentas de comunicação para se tornarem peças de barganha política. O TikTok virou símbolo de influência global. Controlá-lo significa moldar o comportamento de bilhões de pessoas, ter acesso a dados valiosos e, de quebra, dominar parte do discurso digital do século XXI.

Trump sabe disso. A China também. E o mundo financeiro está sendo arrastado junto.

Estamos diante de uma nova fase da guerra comercial: a era onde tecnologia, dados e plataformas digitais são tão valiosos quanto minério ou petróleo. E o mercado precisa estar preparado para esse novo jogo.

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Willams Ramos
Apaixonado por tecnologia e inovação, Willams Ramos é formado em Marketing e atua no mercado paraibano desde 2018. Com passagem por empresas de diversos portes e segmentos, sempre entregou resultados expressivos. Iniciou sua carreira como analista de tráfego pago, passando por diversos setores da comunicação on e off até chegar a Head de Operações em algumas agências. Atualmente, é Coordenador Digital na Agência Central Comunicação, uma das mais conceituadas da Paraíba.