As taxas dos títulos do Tesouro Direto apresentaram queda nessa sexta-feira, 9, mesmo com a inflação de julho acima das expectativas. A redução das taxas acompanha a queda generalizada dos juros dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, influenciando o mercado brasileiro.
Com a economia norte-americana pagando menos juros, o Brasil não precisa manter taxas tão altas para atrair investidores globais, o que contribui para a queda das taxas dos títulos, mesmo após a divulgação dos dados de inflação.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 0,38% em julho, após uma alta de 0,21% em junho. No acumulado do ano, o IPCA registra alta de 2,87%, e nos últimos 12 meses, de 4,50%. O mercado esperava um avanço de 0,35% no mês e de 4,47% na comparação anual.
Apesar de o dado geral ter ficado levemente acima das expectativas, houve variações preocupantes em núcleos importantes do IPCA. Os preços de serviços subiram 0,75%, enquanto os preços de bens industriais, que vinham caindo, começaram a subir. Alexandre Maluf, economista da XP, havia previsto uma aceleração de 0,34% na média dos núcleos, mas o dado veio mais elevado, com alta de 0,43%.
No Tesouro Direto, a taxa do título de inflação com vencimento em 2055 caiu de 6,10% na véspera para 5,99% na segunda atualização do dia, às 11h49. O juro real do Tesouro IPCA+ 2045 apresentou uma queda acentuada, passando de 6,19% para 6,03%. O título com vencimento mais curto, em 2029, pagava 6,07%, ante 6,11% no dia anterior.
Os juros dos títulos prefixados também registraram queda. O título com vencimento em 2031 passou a pagar 11,80% ao ano, em comparação com 11,95% na quinta-feira. A taxa do Tesouro Prefixado 2035 caiu de 11,77% para 11,59%.