Taxação de importados faz Shein acelerar transição para o Brasil, diz vice-presidente global da empresa chinesa

Marcelo Claure, vice-presidente executivo global da plataforma, considera injusta a ‘taxa das blusinhas’, mas frisa que a companhia buscará formas de baixar custos

152
Marcelo Claure, vice-presidente da Shein — Foto: Divulgação / FII Institute

Os impostos sobre produtos importados – incluindo a medida aprovada pela Câmara da ‘taxação das ‘blusinhas’, que vai para sanção do presidente Lula – fará a gigante chinesa Shein acelerar seu processo de transição para se tornar uma empresa brasileira, afirma Marcelo Claure, vice-presidente global da companhia.

LEIA MAIS: Câmara aprova ‘taxa das blusinhas’; Imposto de Importação será de 20%

— A operação da Shein está numa transição de ser uma empresa que faz multi importação de produtos da China para ser uma empresa brasileira que fabrica muito no Brasil. Com os novos impostos, isso só faz com que aceleremos a transição e abra mais a plataforma para vendedores brasileiros — disse Claure, ao GLOBO.

banner de publicidade

Segundo Claure, mais de 60% dos produtos listados no aplicativo da Shein hoje já são de vendedores nacionais, percentual que deve aumentar nos próximos anos.

Crítica à ‘taxação das blusinhas’

O ex-executivo do SoftBank, que assumiu a vice presidência da plataforma de fast fashion no fim do ano passado, considera injusta a ‘taxa das blusinhas’. Mas frisa que a empresa buscará formas de baixar custos e manter preços atrativos ao consumidor:

— Eu critico muito, acho desnecessária (a taxação) porque se você tem dinheiro para viajar, você pode aterrissar no Rio ou em São Paulo e importar seus mil dólares em produtos. Mas, se você é uma pessoa de classe C, D e E – que é 90% de clientes (da Shein) -, você tem que pagar 43% de imposto. Não me parece justo.

Ele continua:

— Tive várias conversas com o presidente Lula e o ministro Haddad. E nós como empresa, teremos que adaptar nossos negócios. A Shein é uma marca muito querida por consumidores brasileiros. E, claro, não estamos contentes (com a taxação), mas vamos continuar trabalhando para baixar os custos e fabricar mais no Brasil.

Marcelo Claure participou de painel sobre megatendências no Fórum Prioridade 2024, evento promovido por fundo árabe que reúne investidores e CEOs globais.

Artigo anteriorSaiba quais são os 10 maiores patrocinadores do futebol brasileiro de 2024
Próximo artigoANS revela que planos de saúde bateram recordes de lucro em 2024