Supernavio inaugura rota direta entre Bahia e Ásia

Uma nova rota logística direta entre a Bahia e a Ásia foi inaugurada com a chegada do navio MSC Orion ao Porto de Salvador

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MSC Orion transportou 800 contêineres para o terminal do Porto de Salvador, abrindo nova rota para a China e outros países do Extremo Oriente. (Foto: Divulgação)

A embarcação – com 366 metros de comprimento, calado (profundidade) de 16 metros e capacidade para transportar 15 mil TEUs, que são contêineres de 20 pés – foi o primeiro da sua classe a navegar as águas da Baía de Todos os Santos. O Terminal de Contêineres (Tecon Salvador) vai receber 800 equipamentos de carga que vieram no supernavio. Para uma ideia da dimensão do MSC Orion, ele tem a capacidade de transportar todos os contêineres presentes atualmente no Porto de Salvador e ainda sobraria espaço.

“Estamos muito orgulhosos em oferecer ao mercado nacional um serviço que fornece escalas diretas entre a Ásia e o Nordeste brasileiro. Este lançamento reitera nosso compromisso em oferecer capacidade de transporte que irá impulsionar o crescimento do comércio exterior brasileiro e fortalece a nossa convicção no grande potencial que a região Nordeste já possui”, destaca a MSC Mediterranean Shipping do Brasil.

Porto de Salvador é o segundo do País a operar navios de até 366m

Unidade de negócio da maior operadora de logística portuária e marítima do mercado brasileiro, a Wilson Sons, o Porto de Salvador foi o segundo do Brasil a receber a autorização da Capitania dos Portos da Bahia para operar navios de até 366m, ainda em 2018, se antecipando às mudanças que as principais rotas mundiais já apresentavam e que logo chegariam ao país, demandando maior eficiência operacional dos terminais brasileiros.

“Este ano, o Banco Mundial e a S&P Global Market Intelligence mostraram o Tecon Salvador como o 6º melhor terminal de contêineres do mundo, na categoria até 500 mil TEUs, como resultado de uma pesquisa feita com os donos dos navios sobre eficiência no atendimento. Somado a este importante reconhecimento, entramos na rota dos maiores navios do mundo, o que evidencia a posição de destaque que Salvador vem conquistando e que favorece uma extensa cadeia de produtores, indústrias de variados segmentos, dentro e fora da Bahia”, analisa Demir Lourenço, diretor-executivo do Tecon Salvador.

A rota direta com a Ásia terá saídas semanais, fortalecendo a relação não apenas com a China, mas também com os mercados de todo o Extremo Oriente. A nova rota marítima permitirá que o Norte e o Nordeste do país se conectem de forma mais eficiente com estas regiões e permitirá que o Centro-Oeste e Sudeste encontrem alternativas aos gargalos logísticos inerentes à cadeia de suprimentos atual.

Exportação via Porto de Salvador

Entre os principais segmentos da exportação que poderão se beneficiar desta linha direta, estão o algodão baiano, carne, frutas, celulose, químicos e petroquímicos. Nas importações, os segmentos de energia renovável, químicos e petroquímicos, automotivo, fertilizantes, eletroeletrônicos também serão mais competitivos.

Os investimentos empregados pela Wilson Sons no terminal, iniciados no ano 2000, já ultrapassam R$ 1 bilhão, culminando na recente duplicação de cais, aumento da profundidade do calado para 16 metros, ampliação de retroárea para armazenamento das cargas, adoção de novas tecnologias, aquisição de maquinários elétricos equivalentes aos utilizados nos portos mais modernos no mundo e em treinamento de equipes operacionais.

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“Diante das mudanças do mercado, com o trânsito de uma classe de navios cada vez maiores, tínhamos que estar preparados para garantir a manutenção das rotas e atrair novas, como o que está sendo feito agora com o continente asiático”, reforça Demir Lourenço.

De acordo com o diretor-presidente da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), Antonio Gobbo, a chegada do MSC Orion é emblemática no restabelecimento de uma rota regular entre a Bahia e a Ásia. “Inaugura-se também um novo desafio de planejamento de prover infraestrutura, dragagens e requalificação física e tecnológica para recepção de embarcação cada vez maiores, 40 metros e mais, que serão padrões das próximas décadas”, afirma.

Fonte: Movimento Econômico

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Redação
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