Sinais de recuperação nos escritórios e imóveis comerciais

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O aumento na demanda por locação de escritórios e imóveis comerciais tem ganhado destaque pela imprensa recentemente. Em São Paulo, especificamente nos escritórios de alto padrão, houve um aumento no estoque de 44,6% na última década. No Rio de Janeiro, o crescimento foi de 37,3% no mesmo período, de acordo com um levantamento realizado pela consultoria imobiliária Newmark.

A taxa de vacância aumentou de 20,2% para 23% na cidade de São Paulo e de 19,1% para 31,7% na cidade do Rio de Janeiro ao longo da última década. Com a perspectiva pós-pandemia e a crescente adoção do trabalho remoto e híbrido, esses números são considerados aceitáveis. O pico de vacância em São Paulo foi registrado em 2021, atingindo 24,7%, enquanto no Rio de Janeiro ocorreu em 2018, alcançando 41,9%, como resultado dos efeitos pós-Olimpíadas de 2016 e de outros projetos que não se concretizaram.

Marina Cury, presidente da Newmark no Brasil, ressalta que existe uma demanda por locações corporativas, porém a incerteza em relação ao tipo de ocupação está impedindo uma recuperação rápida. Ela observa que está ocorrendo uma reestruturação na utilização dos escritórios no país, o que está impactando até mesmo a maneira como a área necessária para locação por determinada empresa é calculada. O planejamento das empresas está passando por mudanças significativas, com a necessidade de determinar quantos dias cada equipe estará presente no escritório e a busca por espaços de convivência.

No segmento de condomínios logísticos, também se observa uma expansão significativa. Em dez anos, o volume desses imóveis aumentou de 17 milhões de metros quadrados, em 2014, para 35,3 milhões de metros quadrados neste ano. Durante esse período, a taxa de vacância dos condomínios logísticos e industriais no país caiu de 18,8% para 8,5%. Para os próximos anos, a tendência é de crescimento dos galpões “last mile”, a última etapa antes da entrega das mercadorias aos consumidores, impulsionada pelo rápido aumento dos serviços de delivery.

Outro movimento relacionado aos imóveis comerciais envolve a demanda de grandes varejistas por lojas físicas, especialmente de marcas de luxo. A percepção é que os consumidores não estão mais limitados ao físico ou ao digital, mas transitam entre ambos, em um conceito que alguns chamam de “figital”. Por isso, marcas como Gucci e Prada têm investido significativamente para estar em locais icônicos e proporcionar experiências únicas aos seus clientes.

Mais um setor que aquece o mercado imobiliário é o de farmácias. De acordo com um levantamento da Close-Up International, o Brasil já possui mais de 90 mil farmácias, um crescimento de quase 10% nos últimos dois anos. Esse fenômeno pode ser chamado de “farmacialização das esquinas”, devido à preferência por essas localizações. Nas grandes cidades, é comum ver comércios tradicionais ou terrenos vazios sendo substituídos por farmácias. Geralmente, essas empresas adotam o modelo BTS e contam com o auxílio de imobiliárias e construtoras especializadas no setor, possibilitando construções rápidas.

Em São Paulo, a expansão imobiliária está transformando o cenário gastronômico. Restaurantes tradicionais em lojas de rua estão sendo obrigados a se mudar, pois os imóveis antigos estão frequentemente sendo vendidos a construtoras. Por outro lado, novos empreendimentos têm aberto suas portas para acomodar esses estabelecimentos gastronômicos.

Vendas e Locação

A venda de lançamentos bateu um novo recorde. Segundo o indicador ABRAINC-Fipe, 177 mil imóveis novos foram vendidos nos 12 meses encerrados em março, superando a marca de 163 mil unidades registradas em dezembro de 2023. Em termos de valor de vendas, o crescimento foi de 47,4%, atingindo R$ 54,3 bilhões. Do total, 128 mil unidades pertencem ao segmento econômico, totalizando R$ 28,9 bilhões em vendas, enquanto 44 mil unidades são do segmento de médio e alto padrão, arrecadando R$ 23,3 bilhões.

Manutenção da Selic: a CBIC criticou a decisão do Copom de manter a taxa básica de juros em 10,50%, afirmando que essa medida prolonga a escassez de recursos e impacta negativamente a poupança. Líderes do mercado imobiliário, como Thiago Andrade, diretor da JB Andrade Imóveis, Eric Labes, CEO da Start Investimentos, e Renée Silveira, diretora de incorporação da Plano&Plano, argumentam que os juros elevados dificultam a compra de imóveis e desestimulam o investimento.

Novas eleições para o sistema Cofeci-Creci: os corretores de Minas Gerais e do Mato Grosso deverão ir novamente às urnas nesta semana para as Eleições do Sistema Cofeci-Creci, triênio 2025-2027. Em ambos os estados, o novo pleito será realizado devido a determinações judiciais, que homologaram novas chapas para a disputa. Em MG, a nova eleição ocorrerá na quinta-feira (27/06), entre 00h e 20h. Já no MT, a votação começará na quarta-feira (26/06), às 23h, e seguirá até quinta-feira (27/06), às 19h. O voto é obrigatório e deve ser realizado de forma digital, no endereço www.votacreci.com.br. Quem não votar estará sujeito a multa.

Tite é acusado de Bypass no RJ: a Ativa Imobiliária moveu um processo judicial contra o treinador, alegando que ele levou uma vantagem de R$ 1,5 milhão na negociação de um imóvel avaliado em R$ 12 milhões. A empresa disse à Justiça que o negócio foi fechado diretamente com o proprietário e que Tite pagou apenas R$ 10,3 milhões pela residência, valor inferior ao acordado entre as partes. Também no RJ, a sede da Okre Imóveis, imobiliária de luxo localizada no Leblon, foi alvo de ação de busca e apreensão. Segundo informações preliminares, a empresa administrada por Paulo Dornelle dos Santos Serafim é suspeita de ter obtido dados confidenciais de concorrentes.

Mulheres no imobiliário: elas dominam a decisão da compra de imóveis e realizam a maioria das buscas em portais imobiliários. Também ocupam majoritariamente os postos administrativos das imobiliárias e representam mais de 40% dos corretores. Com base nessa perspectiva, a diretora executiva do evento SOMA, Raquel Trevisan, destaca que as mulheres que atuam no mercado imobiliário devem ser ouvidas não por caridade, mas por business. Já a diretora do Instituto Mulheres do Imobiliário, Elisa Rosenthal, critica a superficialidade das empresas que não abordam as necessidades específicas de cada gênero.

No Modo Avião desta semana: o diretor da Emobi, Valdomiro Junior, explica como construiu uma cultura de pertencimento e um eficiente processo de onboarding, que permitiu aos corretores iniciantes fecharem a primeira venda em 30 dias. Além disso, sob sua gestão, durante 7 anos, o turnover foi zerado.

Captação é o assunto da vez: nesta quarta-feira (26/06), às 11h, acontece a live do Imobi Report “Estratégias digitais para captação de imóveis”. Vamos explorar as melhores práticas e ferramentas para aumentar a eficiência operacional e gerar receita com a captação de imóveis. O evento terá participação do head de Estratégia na EEmovel Brokers, Guilherme Carnicelli, e do sócio-diretor da Betha Espaço, Winston Valentim, com mediação de Jessica Prates, da CUPOLA. Ative a notificação aqui!

Como vender mais imóveis através de marketing pessoal: outra live que será realizada nesta quarta-feira (26/06), às 19h, terá como convidada a CEO da Imobiliária Invictta, Daniela Terasawa. O bate-papo será conduzido pelo CEO e estrategista-chefe da CUPOLA, Rodrigo Werneck. O evento on-line é direcionado aos líderes que desejam decolar no mercado de vendas de imóveis prontos. A transmissão será feita pelo canal da CUPOLA no Youtube. Daniela será uma das mentoras da imersão Gestão de Vendas Imobiliárias, que acontece no fim de agosto, em Curitiba.

Auxílio reconstrução: o governo federal liberou R$ 689 milhões para o pagamento do Auxílio Reconstrução, no valor de R$ 5.100,00. O montante é destinado a 135 mil famílias que estão desabrigadas no RS. A CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) divulgou uma atualização dos sinistros acionados no estado em função das enchentes. Entre 28 de abril e 18 de junho, foram registrados 48.870 pedidos, um aumento de 132% desde o último levantamento, divulgado em maio. As indenizações são estimadas em R$ 3,9 bilhões. Em Miami, onde os danos por inundações poderão custar até US$ 3,5 trilhões até 2070, a preparação para catástrofes é parte fundamental de qualquer resposta governamental ao problema. A região, conhecida pelas belas praias, está no centro das discussões sobre os impactos da mudança climática.

Empresas buscam áreas mais seguras: o movimento evidente no segmento residencial nas cidades atingidas pelas enchentes no RS também é sentido no comércio. Negócios afetados pelas chuvas ou sob risco de inundações estão mudando de endereço para evitar futuros prejuízos. A tragédia também já afeta a vontade dos brasileiros de mudar de casa. Segundo pesquisa feita pela plataforma Loft e pela empresa de inteligência Offerwise, com mil participantes de todas as regiões do país, 27% disseram que “talvez” pretendiam se mudar por causa de eventos extremos e 7% disseram que “sim”, pretendem se mudar. No entanto, apenas 17% da amostra disse ter recursos suficientes para mudar de casa.

O podcast Vem Pra Mesa: desta semana recebe Aguinaldo Del Giudice, um dos sócios da JD House, a house de vendas da Diálogo Engenharia, uma das maiores incorporadoras de São Paulo e do Brasil. Com 43 anos de experiência no mercado imobiliário, o profissional fala da importância das pessoas e do trabalho em equipe nos negócios.

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Construção e Incorporação

Construção civil registra leve recuperação. O Relatório Setorial Imobiliário publicado pelo Banco do Brasil apontou que, no mês de maio, houve uma leve recuperação para o setor da construção no Brasil, influenciado por fatores macroeconômicos, como a abertura da curva de juros no mercado doméstico e a desvalorização cambial (dólar a R$ 5,25). Já o FGV Ibre apontou uma discreta retração na mão de obra, que foi compensada pelo aumento na utilização de máquinas e equipamentos. A escassez de trabalhadores no setor se deve, principalmente, pela baixa atratividade para novos profissionais.

Mudanças legislativas em SP. A Justiça rejeitou o pedido do Ministério Público para interromper a tramitação da minirrevisão da Lei de Zoneamento. O entendimento é que não cabe interferência judicial no processo legislativo. A proposta, aprovada em primeira votação, visa ajustar pontos da revisão anterior e enfrenta críticas quanto à transparência e à complexidade do tema. A segunda votação está programada para a próxima semana. Recentemente, a prefeitura de São Paulo regulamentou a cobrança de outorga onerosa, que impacta positivamente as incorporadoras. A Vitacon, por exemplo, estima um incremento de R$ 900 milhões em VGV devido à mudança.

EQI Asset prepara fundo de R$ 500 mi para residências de luxo em SC. Esse será o segundo fundo lançado pela gestora de recursos, que mira na construção de três imóveis de alto padrão em Balneário Camboriú. A primeira iniciativa ocorreu em 2023, para testar o mercado, quando a empresa captou R$ 80 mi e atraiu cerca de 2 mil cotistas.

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Mundo

Barcelona quer proibir aluguel de apartamentos para turistas. A iniciativa busca conter a alta de preços, que saltaram em até 68% nos últimos 10 anos. De acordo com o prefeito da cidade espanhola, Jaume Collboni, cerca de 10 mil imóveis utilizados em locações de curto prazo terão as licenças canceladas até 2028.

Mercado norte-americano enfrenta juros altos. A Blackstone Inc., líder global em private equity imobiliário, ajusta suas estratégias em resposta às taxas de juros elevadas. Com um portfólio imobiliário avaliado em US$ 339 bilhões, a empresa está redirecionando investimentos para maximizar retornos em um ambiente volátil. O objetivo é manter a competitividade, focando em ativos de alto valor.

Celebridade acusada de agressão sexual. Por mais de uma década, o corretor de imóveis ultra luxuosos Oren Alexander foi um dos principais nomes do setor nas cidades de Miami e Nova York. Entretanto, seus negócios foram abalados por denúncias de abusos, que também recaem sobre o seu irmão gêmeo, Alon, e o seu irmão mais velho, Tal. Inicialmente, duas mulheres entraram com ações judiciais contra os irmãos Alexander, mas, quando o caso foi divulgado, outras se manifestaram nas redes. Os três têm até dia 19 de agosto para responder às denúncias.

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Estamos de olho

Prédio em condomínio de luxo desaba na Bahia. O incidente ocorreu durante o processo de construção, na fase de concretagem. A laje despencou sobre 10 operários, que ficaram feridos e tiveram que ser socorridos pelo SAMU. A obra havia sido embargada pela prefeitura, porque o proprietário não havia apresentado engenheiro responsável ou documentação de regulamentação.

Melhores do ESG. A vencedora da categoria construção civil e imobiliário, da premiação promovida pela EXAME, foi a Allos, empresa formada pela fusão entre ­brMalls e Aliansce Sonae. Ela estabeleceu metas ambiciosas para os 60 shoppings administrados, visando alcançar a reciclagem ou compostagem de 90% dos resíduos até 2030. A empresa também está empenhada em utilizar exclusivamente energia renovável até 2030 e atingir a neutralidade de carbono até 2040. Outras empresas destaque na categoria foram a Tegra e a MRV. 

A importância das construções sustentáveis. O setor de construção é responsável por cerca de 40% das emissões industriais e energéticas globais, de acordo com estudo realizado pela International Finance Corporation (IFC). Certificações de edifícios verdes, como EDGE, LEED e AQUA-HQE™, são passos fundamentais para dinamizar o desenvolvimento urbano, promover novos empregos verdes e estabelecer um modelo construtivo mais sustentável, defendem em artigo o gerente-geral da IFC no Brasil, Carlos Leiria Pinto, e o gerente sênior do Departamento de Negócios Climáticos da IFC, Diep Nguyen-van Houtte. 

Fonte: Imobi Report

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Redação
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