A Shein, rede de fast-fashion chinesa, está processando a rival Temu alegando que ela rouba seus designs e construiu um império usando cópia de produtos. A ação foi protocolada em um tribunal federal de Washington DC, no momento em que a própria Shein se defende de alegações similares de uma série de outras marcas, incluindo a Levi Strauss e H&M.
Na ação, apresentada na segunda-feira, a Shein acusa a Temu—propriedade da PDD Holdings—de orquestrar um “esquema coordenado” de roubo de segredos comerciais, falsificação, violação de marcas e direitos autorais e propaganda enganosa. Segundo a Forbes, Shein está pedindo uma indemnização à Temu que será determinada após um julgamento, além de honorários de advogados.
De acordo com reportagem da CNBC, a Shein alega que a Temu está “se disfarçando” como um marketplace on-line legítimo porque incentiva seus vendedores a roubar designs de outras marcas e, em seguida, impede que eles removam os produtos da plataforma, mesmo depois de terem admitido a violação.
“A Temu atrai consumidores dos EUA a baixar e usar seu aplicativo móvel com promessas de preços extremamente baixos. Mas a Temu não está lucrando com a venda desses produtos, que são precificados tão baixos que a Temu deve subsidiar cada venda, perdendo dinheiro em cada transação,” aponta a Shein na ação.
E acrescenta que ”somente incentivando seus vendedores a infringir os direitos de propriedade intelectual de outros e vender mercadorias falsificadas ou de baixa qualidade, a Temu pode esperar minimizar as enormes perdas que está subsidiando”.
Procurado pela CNBC, um porta-voz da Temu disse que a “audácia da Shein é inacreditável”.
“A Shein, enterrada sob sua própria montanha de processos de propriedade intelectual, tem a ousadia de fabricar acusações contra outros pela mesma má conduta pela qual é repetidamente processada”, acrescentou o porta-voz.
De acordo com a Forbes, a Temu também é acusada de “fingir” ser a Shein ao criar contas na rede social X, e que tentou “desviar os clientes da plataforma Shein para a plataforma Temu”.
E mais: a Shein alega que pelo menos um funcionário da Temu roubou “segredos comerciais valiosos”, que identificavam os produtos mais vendidos da empresa, e que a Temu depois orientou os vendedores na sua plataforma para venderem “versões falsificadas”, acrescenta a Forbes.
A Temu foi fundada em 2022, por Colin Huang, 44 anos, dono da PDD Holding, com o objetivo de competir com a Shein. O
A CNN lembra que as duas varejistas on-line tomaram a indústria do varejo de assalto com seus produtos de preços ultrabaixos e sua capacidade de responder às tendências muito mais rápido do que seus concorrentes tradicionais.
Shein e Shopee:
Ao longo do caminho, as duas empresas acumularam um grande volume de críticas relacionadas às suas práticas trabalhistas, conexões com o governo chinês e o uso alegado dos designs de outras marcas.
E, à medida que disputam participação de mercado, recorreram à Justiça para acusar um ao outro de uma série de alegações escandalosas.
No ano passado, a Temu processou a Shein por preocupações relacionadas a direitos autorais e alegações de que ela usa “intimidação ao estilo mafioso” para coagi-los a assinar acordos de exclusividade.