Saída de Prates da Petrobras se deu porque governo quer acelerar investimentos, diz Silveira

Em sua primeira declaração pública sobre a substituição do comando da estatal, ministro destaca que o objetivo da troca é o cumprimento integral do plano de investimentos

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta terça que foi demitido da presidência da porque o governo quer acelerar os investimentos da estatal e tem “ansiedade” para apresentar resultados rápidos. Segundo ele, Lula vê necessidade em direcionar mais recursos para temas como refino, gás natural e fertilizantes.

Petrobras:

Essa foi a sua primeira declaração pública sobre a substuição no comando da petroleira. Silveira tinha atritos com Prates enquanto ele estava no comando da Petrobras.

— Tentaram personificar em mim e no ministro (o motivo para a demissão de Prates). Isso não aconteceu. O presidente Lula, com 78 anos, não pode ser constrangido por nenhum de nós — disse Silveira, a jornalistas, após embarque de eletricistas da Light e da Enel Rio, além de equipamentos, para reparos em redes subterrâneas, para o Rio Grande do Sul.

Ele destacou que o objetivo da troca é o cumprimento integral do plano de investimentos da Petrobras, que elevou em 31% o volume de recursos a serem aplicados entre 2024 e 2028. A velocidade dos investimentos está associada, segundo o ministro, aos prazos da política que exigem a apresentação de resultados rápidos.

A justificativa da aceleração dos investimentos, porém, conflita com versões de bastidores sobre a razão por que Prates teria sido demitido do comando da petroleira e substituído por , apontando que embates com Silveira e Rui Costa, ministro-chefe da Casa-Civil, teriam sido o motivo.

Parte do mercado aponta que Prates vinha atendendo aos desejos do governo: alterou a política de preços de combustíveis, segurou reajustes dos derivados nas refinarias, sem repassar a volatilidade dos preços do petróleo, mudou a fórmula de distribuição de dividendos para reduzir o valor mínimo de remuneração aos acionistas e se mobilizava pela reentrada na refinaria de Mataripe, entre outras iniciativas.

Recentemente, Prates anunciou movimentações para incentivar o aumento das atividades da indústria naval, bem como a retomada das obras da refinaria do Nordeste (Rnest), em Pernambuco, e do polo Gaslub (antigo Comperj), no Rio de Janeiro.

Silveira disse que “temos respeito à contribuição da gestão que passou ao Brasil”, mas defendeu um trabalho “sinergizado” com a Petrobras, para tornar a empresa “mola propulsora dos investimentos” e dar tranquilidade a investidores de médio e longo prazos da companhia.

— Prates foi meu colega no Senado, por quem tenho absoluto respeito, às vezes as posturas são diferentes, mas respeito é primordial — afirmou. Enfático, Silveira disse que Chambriard não será subserviente ao governo e que a troca de comando na companhia, realizada por Lula, não é uma intervenção.

Para ele, as críticas feitas à nomeação de Chambriard não procedem, uma vez que a Petrobras é uma empresa de capital aberto e a futura CEO é uma profissional reconhecida no setor.

— É desrespeitoso dirigir-se a uma profissional como a Magda como subserviente — afirmou. Ele reiterou que ambos estão alinhados a temas como a Margem Equatorial.