O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira que abaixar os juros sem ajuste nas contas públicas impulsionaria a inflação no médio prazo. Ele reforçou que o Brasil precisa de uma âncora fiscal para viabilizar uma política monetária menos restritiva.
— Ter juros mais baixos sem ter a âncora fiscal é o equivalente a produzir um ajuste via inflação no médio prazo — disse Campos Neto durante evento organizado pela Crescera Capital, em São Paulo.
Ele também mencionou alguns momentos em que o país conseguiu manter uma taxa básica de juros mais baixa de forma sustentável, como após a implementação do Teto de Gastos durante o governo de Michel Temer, a Reforma da Previdência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e o arcabouço fiscal, aprovado neste mandato de Lula (PT).
Campos Neto disse novamente que, embora a inflação tenha melhorado recentemente, o país ainda se encontra em um cenário de crescimento econômico acima do esperado, mercado de trabalho aquecido e expectativas desancoradas no longo prazo.
O presidente da autoridade também anunciou que, em breve, o Banco Central vai promover um evento em parceria com a Google para o lançamento do Pix por aproximação. Assim, com a novidade, os consumidores podem cadastrar suas chaves na wallet e realizar pagamentos mais rapidamente, de modo semelhante ao pagamento por aproximação com cartões.
Segundo Campos Neto, a autoridade trabalha também na possibilidade de implementar o sistema de bloqueio reverso nos pagamentos através do Pix no ano que vem. Em tese, essa mudança faria com que o Pix assumisse o lugar do cartão de crédito.
— Agora, conversando com a Google, inclusive a gente vai fazer um evento para lançar o produto. Você que tem wallet da Google, com seus cartões de crédito, vai poder botar o Pix lá, escolher qual o banco que você vai rotear, mas pode botar mais de uma opção, e você aproxima e paga com o Pix.
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