O grupo de jornais britânico do magnata australiano Rupert Murdoch pediu desculpas ao príncipe Harry devido a alegações de que jornalistas de seus tabloides usaram métodos ilegais para invadir sua privacidade em busca de informações, enquanto encerrava um longo processo judicial que ameaçava trazer à tona acusações de má conduta de décadas atrás.
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A News Group Newspapers (NGN) pagará uma indenização por “danos substanciais” e fará um “pedido de desculpas completo e inequívoco” pela intrusão realizada por investigadores particulares a serviço do jornal The Sun, disseram advogados em um tribunal de Londres nesta quarta-feira, antes do início de um julgamento de oito semanas.
“A NGN oferece um pedido de desculpas completo e inequívoco ao Duque de Sussex pela séria invasão de privacidade feita pelo The Sun entre 1996 e 2011, incluindo incidentes de atividades ilegais conduzidas por investigadores particulares trabalhando para o The Sun”, declarou a empresa em seu comunicado.
Harry, de 40 anos e filho mais novo do rei Charles III, acusava os dois tabloides de utilizarem práticas ilegais para obter informações sobre sua vida privada, entre 1996 e 2011, algo que o grupo negava.
É a primeira vez que o grupo reconhece responsabilidade por qualquer irregularidade no The Sun, tendo anteriormente admitido casos extensivos de grampos telefônicos no extinto tabloide News of the World. A NGN já resolveu cerca de 1.300 processos civis relacionados a grampos telefônicos envolvendo celebridades, políticos e estrelas do esporte.
—A News UK finalmente está sendo responsabilizada por suas ações ilegais e seu flagrante desrespeito pela lei — disse David Sherborne, advogado de Harry, em uma declaração fora do tribunal.
Ele afirmou que a empresa já pagou mais de £1 bilhão (US$ 1,2 bilhão) em indenizações e custos aos reclamantes desde que a má conduta foi descoberta.
O acordo encerra uma longa batalha para o membro da realeza, que tem enfrentado tabloides britânicos nos tribunais há anos devido à invasão de privacidade sua e de sua família. O julgamento em Londres estava previsto para reexaminar alegações de má conduta de décadas atrás, trazendo à tona memórias das batalhas judiciais que levaram a condenações e recomendações para reformas abrangentes na mídia britânica.
O príncipe Harry foi o primeiro membro proeminente da monarquia britânica a comparecer a um tribunal de Londres desde o filho da Rainha Vitória, que mais tarde se tornaria o Rei Eduardo VII, na década de 1890. Ele também testemunhou contra os jornais do grupo Mirror em 2023 — um caso que venceu.