
Com um resultado ligeiramente abaixo do esperado, o IPCA-15, índice considerado prévia da inflação no país, desacelerou de 0,44% em maio para 0,39% em junho. Analistas esperavam alta de 0,43%, segundo o Valor Data. Apesar da perda de ímpeto do índice geral, os preços de alimentos e bebidas subiram 0,98% no mês e registraram a maior alta desde janeiro (1,53%). É o que apontam os dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,52%. Em 12 meses, o índice registra avanço de 4,06%, acima dos 3,70% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Alimentos mais caros
O preço de alimentos é um dos que tem pressionado a inflação este ano. Os efeitos do fenômeno climático El Niño, além da tragédia no Rio Grande do Sul e da recente alta do dólar, tem feito analistas elevarem as expectativas para a inflação de produtos alimentícios este ano.
Para se ter ideia do impacto, o grupo Alimentação e bebidas acelerou de 0,26% em maio para 0,98% em junho. A alimentação no domicílio, por sua vez, saltou de 0,22% em maio para alta de 1,13% em junho. Itens como batata inglesa, leite longa vida, arroz e tomate foram os que mais subiram de preço no período. No lado das quedas, destacam-se o feijão carioca, a cebola e as frutas.
Comer fora de casa também ficou mais caro. A alimentação fora do domicílio acelerou em relação ao mês de maio (de 0,37% para 0,59%), em virtude das altas do lanche e da refeição.
Veja a variação dos grupos em junho
- Alimentação e bebidas: 0,98%
- Habitação: 0,63%
- Artigos de residência: -0,01%
- Vestuário: 0,30%
- Transportes: -0,23%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,57%
- Despesas pessoais: 0,25%
- Educação: 0,05%
- Comunicação: 0,17%
O período de coleta do IPCA-15 foi do dia 16 de maio a 14 de junho. Trata-se da segunda pesquisa a captar os efeitos das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul. As enchentes começaram no dia 27 de abril e se intensificaram no início de maio.