Presidente do BC europeu sai em defesa de Powell após críticas de Trump

Representantes do republicano chegaram a dizer que ele avaliava demissão do chefe do banco central americano, mas presidente dos EUA desmentiu ideia

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A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, apoiou o colega americano, Jerome Powell, dizendo que ele está fazendo o que é necessário como chefe do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA. Powell vem enfrentando uma série de críticas do presidente Donald Trump , que pressionou por juros mais baixos no país. Nesta terça-feira, o presidente americano amenizou o Tom e disse que não pretende demitir o banqueiro .

— Estou tranquilo com o talento e a competência do presidente do Fed — disse ela em um evento do Washington Post.

— E tenho certeza de que ele está investindo todos os seus esforços e toda a sua disciplina para cumprir sua missão.

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Em discurso proferido em Washington na quarta-feira, Lagarde disse que tem “um enorme respeito pelo presidente Powell. E sei que ele está fazendo exatamente o que se espera dele para servir ao povo americano e à estabilidade financeira, que vem junto com a estabilidade de preços”.

— Se analisarmos a literatura acadêmica sobre o assunto, e há uma abundância dela em todo o mundo, sempre que houve interferência política e sempre que o presidente ou o presidente do banco central perdeu sua independência, o resultado foi o declínio do ritmo de crescimento e o aumento da inflação — afirmou Lagarde.

— Isso não é algo que ninguém quer e certamente não é algo que cumpre uma missão.

Ataques de Trump

O presidente americano é crítico à atuação de Powell desde o seu primeiro mandato, reforçando desde então o seu desejo de ver taxas de juros mais baixas nos EUA.

Na última sexta-feira, o diretor do Conselho Econômico Nacional de Trump, Kevin Hassett, disse a repórteres que o presidente estava estudando a possibilidade de demitir Powell, após uma série de postagens nas redes sociais e comentários públicos criticando o Federal Reserve.

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, e Donald Trump — Foto: Jamie Kelter Davis/Chris Kleponis/Bloomberg
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, e Donald Trump — Foto: Jamie Kelter Davis/Chris Kleponis/Bloomberg

Na semana passada, o presidente fez um ataque verbal contra Powell, antes de o Banco Central Europeu reduzir sua taxa básica em um quarto de ponto percentual, para 2,25%. Trump se queixou repetidamente de que o Fed não estava cortando os juros com rapidez suficiente.

As declarações foram suficientes para causar grande desvalorização nos mercados financeiros e derrubar o dólar frente a boa parte das moedas ao redor do mundo.

No entanto, Trump disse nesta terça-feira que não tinha a intenção de demitir Powell.

— Nunca tive (intenção de deixar Powell) — disse Trump a repórteres na terça-feira. — A imprensa exagera as coisas. Não, não tenho intenção de demiti-lo. Gostaria de vê-lo ser um pouco mais ativo em relação à sua ideia de reduzir as taxas de juros.

O presidente dos EUA não pode demitir o líder da autoridade monetária do país sem uma justa causa. O Brasil desenvolveu a autonomia em um modelo semelhante há quatro anos.

Ainda assim, Trump reiterou a crítica contra o patamar atual das taxas americanas, mesmo ao insistir que a polêmica em torno de seus comentários — que agitou os mercados — tinha sido exagerada.

— Acreditamos que este é o momento perfeito para reduzir a taxa, e recomendamos que nosso presidente (do Fed) aja com antecedência ou pontualmente, em vez de com atraso — disse Trump.

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