A profissão de corretor de imóveis está em alta no Brasil. Dados da PNAD Contínua, compilados pelo DataZAP, mostram que o número de corretores aumentou 28% entre o primeiro trimestre de 2019 e o mesmo período deste ano, com destaque para a crescente participação feminina.
Segundo a pesquisa “Raio-X de Corretores de Imóveis” do DataZAP, as principais motivações para ingressar na carreira incluem autonomia (56%), flexibilidade de horários (54%), afinidade com a profissão (54%) e retorno financeiro (52%). Embora o diploma não seja obrigatório, a profissão é regulamentada pela Lei 6.530/78 e exige inscrição no CRECI para atuar legalmente.
A corretora Claudia Vieira, há 30 anos no mercado, conta que entrou pela remuneração, mas a paixão pela profissão veio com o tempo. “É gratificante ajudar nossos clientes a realizar o sonho da casa própria”, afirma. Claudia, que trouxe seus filhos Victor e Vinícius para o ramo, diz orgulhar-se dos profissionais que eles se tornaram.
Profissionalização e tecnologia
Diogo Souza Gomes, que atua em Juiz de Fora (MG), reforça a importância da profissionalização. “A venda de imóveis é complexa, com inúmeras variáveis além do preço”, explica. Diogo, que gere a imobiliária da família fundada em 1980, destaca que o setor exige atualização constante.
O avanço da tecnologia também facilita a vida dos corretores. Rafael Nader, VP de Imóveis do Grupo OLX, afirma que a digitalização permite aos corretores focarem mais nas relações humanas, essenciais nas negociações. “O mercado está em constante mudança, e o corretor precisa dominar a tecnologia e entender bem o nicho em que atua para fidelizar clientes e alcançar os resultados desejados”, diz Nader.
Ele recomenda que iniciantes se filiem a imobiliárias, que oferecem estrutura e reputação, ajudando a tornar o trabalho mais eficiente.
Desafios da carreira
Apesar das vantagens, a carreira traz desafios. Claudia menciona a insegurança financeira e a necessidade constante de captar clientes, especialmente para quem trabalha de forma autônoma. Criar uma rede de contatos e manter empatia com clientes e vendedores são, segundo ela, fundamentais.
O faturamento também é variável, dependendo da especialização e da organização do corretor. “Especialistas em nichos específicos, com boa estrutura e uso de CRM para organizar o relacionamento com o cliente, têm mais chances de obter bons resultados”, acrescenta Diogo.
Além disso, os clientes esperam que o corretor tenha conhecimento sobre os trâmites legais: 45% dos entrevistados em uma pesquisa do Grupo OLX apontam que buscam suporte em documentação e burocracia ao contratar um corretor.
*InfoMoney