No passado, construir uma carreira significava trilhar passos calculados rumo ao topo da hierarquia corporativa. Essa visão, no entanto, está ficando para trás. Desde as mudanças no mercado de trabalho nas décadas de 1980 e 1990, até a chegada da Geração Z, com prioridades e valores distintos, o cenário corporativo se transformou.
Hoje, muitos profissionais não enxergam a carreira como o centro de suas vidas. Para eles, mais do que o salário, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a flexibilidade e a realização no trabalho são fatores determinantes.
A queda do modelo tradicional
Estudos apontam que apenas 4% dos jovens trabalhadores consideram promoções um objetivo importante. Em vez disso, eles buscam percursos de carreira não lineares, impulsionados por mudanças rápidas no mercado de trabalho e pela necessidade de novas habilidades para acompanhar a revolução tecnológica.
Além disso, o estigma de mudar frequentemente de emprego diminuiu. Tanto millennials quanto a Geração Z valorizam experiências diversificadas que atendam às suas necessidades pessoais e profissionais.
Epidemia de burnout
A sobrecarga de trabalho e a pressão têm levado muitos a repensarem suas prioridades. Segundo uma pesquisa do The Grossman Group, 75% dos profissionais estão esgotados, e no Brasil, cerca de 30% sofrem de burnout. Em um cenário de estresse constante, a ideia de assumir mais responsabilidades, como cargos de liderança, perde atratividade.
Desengajamento no ambiente corporativo
O relatório State of the Global Workplace 2023 revelou que apenas 23% dos trabalhadores estão engajados em suas funções. Esse baixo engajamento gera maior rotatividade e resultados abaixo do esperado, contribuindo para a rejeição de papéis que envolvam mais compromissos e pressões.
Promoções sem aumento e cargos menos atrativos
É cada vez mais comum que promoções sejam acompanhadas apenas de novos títulos, sem melhorias salariais, o que desmotiva os profissionais. Além disso, menos de 40% dos trabalhadores têm interesse em se tornar gerentes, considerando a pressão, as horas extras e os possíveis conflitos com interesses pessoais.
Redefinindo o sucesso no trabalho
Para a Geração Z, sucesso não significa necessariamente subir a escada corporativa, mas encontrar um propósito, autonomia e bem-estar no trabalho. Tendências como o unbossing, que elimina níveis intermediários de gerência, têm ganhado força em empresas como Amazon, Bayer e Salesforce.
A mensagem é clara: a ideia de ambição está mudando, e cabe às organizações se adaptarem, oferecendo flexibilidade, significado e equilíbrio para atrair e reter talentos dessa nova geração.
Forbes
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