No Brasil, ainda não há robôs humanoides nas fábricas, mas há exemplares em fase de pesquisa em laboratórios acadêmicos e institutos de tecnologia. Na Unicamp, por exemplo, a pesquisadora Esther Colombini trabalha no desenvolvimento de robôs capazes de aprender de maneira incremental, inspirados nos processos de atenção e aprendizagem do cérebro humano.
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— Nosso foco é fazer com que o robô selecione, como nós, as informações relevantes em um ambiente complexo para agir de forma mais eficiente — afirma a professora, que coordena o Laboratório de Robótica e Sistemas Cognitivos (LaRoCS) e batizou a robô produzida pelo grupo de Marta, em homenagem a jogadora de futebol brasileira.
A FEI, em São Bernardo do Campo (SP), desenvolve humanoides para pesquisa e aprendizagem. No projeto “RoboFEI”, todos os anos estudantes da graduação, mestrado e doutorado participam da construção das máquinas, das placas eletrônicas aos softwares para os robôs “enxergarem” e se movimentarem.
Competição global
A universidade é uma das que participam da Robocup, competição mundial de robótica que começou nos anos 1990, inicialmente focada no futebol de robôs.
O objetivo é fazer com que, até 2050, um time de robôs humanoides consiga vencer os campeões mundiais da Fifa em uma partida de futebol. A 28ª edição do evento será realizada no Brasil, de 15 a 21 de julho, em Salvador
— A ideia é que, se você conseguir construir um robô capaz de jogar futebol melhor que um ser humano, você é capaz de construir um robô para qualquer outra tarefa — explica Reinaldo Bianchi, professor da FEI e um dos organizadores do evento, que passou também a incluir categorias de robôs para serviço doméstico, indústria e missões de resgate.
Este ano, pela primeira vez, uma das maiores feiras de equipamentos de tecnologia no Brasil, a DroneShow Robotics, terá uma exposição dos robôs humanoides.
— O interesse por robôs humanoides surgiu de forma espontânea, com os expositores percebendo a demanda dos visitantes pelas soluções — diz Emerson Granemann, CEO da MundoGEO e organizador do evento.
Para Bianchi, a indústria de humanoides vive uma espécie de “momento ChatGPT”. Na avaliação dele, embora a pesquisa acadêmica no Brasil seja robusta, a indústria nacional é limitada na adoção de tecnologia, e a mão de obra relativamente barata “protege” o Brasil dese tipo de automação.
José Rizzo, da Accenture Brasil, considera que a troca de gente por humanoides com IA não é imediata, mas já começa a se desenhar no horizonte. A expectativa é o perfil de empregos migrar para funções técnicas relacionadas a esses robôs.
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