A partir desta terça-feira, 2 de outubro, os veículos flex fabricados pela Stellantis na planta de Goiana (PE) começarão a sair de fábrica abastecidos exclusivamente com etanol. A iniciativa foi oficialmente lançada com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e do presidente da Stellantis América do Sul, Emanuele Cappellano.
Os primeiros modelos a sair da fábrica com esse abastecimento são o Jeep Renegade T270 Flex (4×2 e 4×4), Jeep Compass T270 Flex (4×2), Jeep Commander T270 Flex (4×2) e Fiat Toro T270 Flex (4×2). A partir de 2025, essa prática será estendida aos veículos flex produzidos nas fábricas de Betim (MG) e Porto Real (RJ).
Durante o evento, Alckmin realizou o primeiro abastecimento com etanol na fábrica de Goiana, destacando a colaboração entre a Stellantis e o governo Lula na promoção do etanol como uma alternativa para a descarbonização. Segundo a Stellantis, essa mudança no abastecimento inicial dos veículos contribuirá para uma redução de 87% nas emissões de CO2 nesta fase, o que equivale a uma diminuição total de 2,1 mil toneladas.
De acordo com a Stellantis, o uso de etanol é “extremamente eficiente em termos de emissões” ao longo do ciclo de vida do veículo. Isso se deve ao fato de que a cana-de-açúcar, durante seu crescimento, absorve CO2, resultando em uma mitigação de cerca de 60% das emissões de gás carbônico em comparação com a gasolina.
Os três modelos da Jeep e o da Fiat que sairão de fábrica abastecidos com etanol não são ainda os prometidos híbridos flex, que incluirão um motor elétrico e bateria para reduzir ainda mais as emissões. O programa Bio-Hybrid, que deverá iniciar em 2025, visa incentivar o uso exclusivo de etanol, mesmo considerando que 70% dos consumidores preferem gasolina.
A Stellantis, que é responsável pelas marcas Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e Ram no Brasil, acredita que a matriz energética brasileira é mais sustentável devido ao uso de biocombustíveis e à geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis. Isso dá ao Brasil a oportunidade de avançar não apenas com carros elétricos, mas também com híbridos. “O etanol é um aliado importante na redução das emissões de CO2 no Brasil”, afirmou a Stellantis em um comunicado.
Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis América do Sul, revelou que o plano estratégico global da empresa prevê a descarbonização completa de todo o ciclo de produção até 2038, com uma redução de 50% já para 2030. “A Stellantis está constantemente desenvolvendo estratégias para promover a mobilidade de baixo carbono e considera esta uma importante mudança a ser realizada.”
Cappellano acrescentou que a meta da Stellantis “vai além da fabricação dos veículos e envolve todo o ciclo de vida, desde as matérias-primas até o final da vida útil do veículo”. Além da hibridização dos modelos produzidos no Brasil, a Stellantis começará ainda este ano a vender no país os carros elétricos da Leapmotor, importados da China, como parte de sua meta de descarbonização.
Fonte: Portal Terra