A inteligência artificial (IA) tem revolucionado diversos setores, prometendo avanços em produtividade e eficiência. No entanto, sua rápida adoção também traz desafios significativos, especialmente no mercado de trabalho.
Eu entendo o frenesi que este mundo futurista gera, mas enquanto todos estão pensando na otimização, na performance, na escala, na redução de custos eu estou pensando nas pessoas.
Sim, eu decidi ficar do lado das pessoas e perguntar:
– Quem está pensando na recolocação das pessoas que estão perdendo seus empregos?
– Quem está trabalhando para capacitá-las para encontrar uma nova função dentro de um outro segmento?
– Quais as políticas públicas estão sendo planejadas para serem implementadas rapidamente para combater a obsolescência humana?
O próprio Sam Altman, cofundador da OpenAI (dona do ChatGPT), em encontro realizado no Brasil disse que ‘Muitos empregos vão desaparecer com IA’.
Reforço meu ponto: Em que medida as empresas que criam automações precisam compensar a pegada social deixada investindo na capacitação e apoio para recolocação das pessoas que perdem empregos? Quem polui compensa CO2, quem descarta embalagens recicla e quem torna seres humanos obsoletos, tem qual obrigação?
O Brasil possui 11,4 milhões de analfabetos e 38 milhões de analfabetos funcionais, 90% da população do país ganha até 3.000,00, um pouquinho mais que dois salários mínimos, sendo que esta população nos grandes centros, vive longe do trabalho, forçada a gastar um grande número de horas por mês em deslocamento. Como, quando, onde estas pessoas vão se recapacitar? Quem viabilizará isso?
A perda de empregos, o aumento da desigualdade, a necessidade de requalificação e os impactos na saúde mental são questões que precisam ser abordadas com urgência. Políticas públicas inclusivas, investimentos em educação e treinamento, e um enfoque na saúde e bem-estar dos trabalhadores são essenciais para mitigar os efeitos negativos da IA e garantir que todos os brasileiros possam prosperar em um futuro cada vez mais automatizado.
Este é o momento das empresas, governos e sociedade mostrarem com ações concretas que ESG, tão falado, foi verdadeiramente entendido e será praticado. Eu estou trabalhando para que seja possível conciliar crescimento, avanço, lucro e impacto social. Trabalhando por um futuro onde as pessoas importem.
Que venha todo o progresso e prosperidade que a tecnologia nos proporciona, mas que saibamos avançar sem deixar os seres humanos para trás.