O enfrentamento da emergência climática por meio da implementação das metas ambientais de descarbonização constitui o desafio contemporâneo mais crítico para a humanidade. A cidade de João Pessoa precisa urgentemente adotar agenda de desenvolvimento simultaneamente ao enfrentamento dos grandes desafios ambientais. A Paraíba reúne condições especiais e únicas de dar respostas efetivas a tais desafios dada a produção de biocombustíveis e das demais energias renováveis.
Por isso, para a cidade ser protagonista e exemplo pioneiro de descarbonização nos transportes e na redução de custos na saúde pública terá que promover e incentivar a rápida descarbonização da mobilidade urbana. Esse protagonismo é também positivo em relação a qualidade de vida e a atração de visitantes.
A exposição à poluição atmosférica pelos combustíveis como a gasolina e o diesel e a falta de acesso a espaços verdes aumentam o risco de hospitalização por problemas respiratórios.
A poluição atmosférica relacionada com o tráfego está fortemente ligada à progressão da asma para a asma-DPOC, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Os hospitais de emergência e traumas recebem maior proporção de acidentados por motocicletas, esse fato está relacionado a tonturas como consequência da inspiração de gases de efeito estufa como o dióxido de carbono das emissões veiculares e do transporte pesado.
Com base nas informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre ganhos com a utilização dos biocombustíveis para reduzir a incidência de doenças associadas a emissões de combustíveis fósseis, estão relacionadas abaixo medidas em benefício da saúde coletiva para João Pessoa e outras cidades:
1. Incentivar o uso de biocombustíveis: Promover o uso de etanol em veículos leves para substituir a gasolina, cujas emissões de partículas finas são associadas ao aumento de doenças cardiorrespiratórias, como derrames, doenças cardíacas e câncer de pulmão, conforme a OMS.
2. Apoiar a transição para combustíveis limpos: Incentivar o uso de Diesel S10, que emite menos partículas nocivas. As partículas (PM2.5) liberadas pelo diesel convencional são responsáveis por agravar doenças respiratórias como asma, pneumonia, e bronquite, além de aumentar os riscos de diabetes e demência, de acordo com a OMS.
3. Fomentar o uso de biometano: Promover a transição de frotas de veículos pesados para biometano, através do aproveitamento dos gases dos aterros sanitários e estações de tratamento de esgotos. A combustão do biometano resulta em menos material particulado comparado ao diesel. Isso pode reduzir a incidência de doenças do coração, derrames e problemas de desenvolvimento cognitivo em crianças, associados à exposição prolongada à poluição.
4. Desenvolver infraestrutura sustentável: Implementar infraestrutura de distribuição de biometano e etanol para a frota de veículos de uso público para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, cujo uso contribui diretamente para a poluição atmosférica e o aumento de doenças crônicas, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e o câncer de pulmão.
5. Fiscalizar a qualidade do ar nas vias de tráfego mais intenso e dos combustíveis e suas emissões: Implementar políticas de monitoramento da qualidade do ar e controle das emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado por veículos, visando reduzir as internações hospitalares por problemas respiratórios, como bronquite e enfisema, além de diminuir os custos relacionados ao tratamento dessas doenças.
6. Promover a mobilidade sustentável e a saúde pública: Incentivar o uso de veículos híbridos para eliminar a emissão de material particulado, diretamente responsável por agravar doenças do coração e pulmão. Essas mudanças podem contribuir para a redução de doenças respiratórias crônicas e, consequentemente, dos custos hospitalares.
7. Reduzir as emissões de veículos pesados: Promover políticas de redução de emissões em áreas de tráfego intenso, como rodovias, para diminuir a exposição ao material particulado (PM2.5). Reduzir essa exposição pode prevenir mortes prematuras e melhorar a qualidade de vida da população vulnerável, como pedestres, ciclistas, motociclistas, além de idosos e crianças, que sofrem com doenças cardiorrespiratórias.
8. Educar a população sobre os impactos da poluição na saúde: Promover campanhas de conscientização sobre os efeitos da poluição do ar, especialmente sobre as doenças listadas pela OMS, como o aumento de risco de câncer de pulmão, diabetes e problemas neurológicos, incluindo demência. A educação também deve destacar os custos de saúde associados a essas doenças. Expandir a missão do Procon Municipal para incluir campanhas que incentivem o consumo consciente, focando na sustentabilidade e no uso de energias renováveis.
9. Estimular o desenvolvimento econômico sustentável e reduzir custos na saúde: Apoiar a criação de empregos em setores ligados à transição para energias limpas. Isso reduzirá as emissões de poluentes, o que, por sua vez, reduzirá as internações por doenças associadas à poluição, gerando economia no setor de saúde pública.
10. Apoiar a implementação de metas climáticas e monitorar os efeitos na saúde: Além de buscar cumprir metas de redução de emissões, é essencial monitorar como essas mudanças afetam a saúde pública, com foco em prevenir e reduzir doenças respiratórias, cardiovasculares e neurológicas relacionadas à poluição do ar  .