No US Open, que está em andamento em Nova York, um único coquetel deve ultrapassar US$ 10 milhões em vendas antes do fim do Grand Slam, em 8 de setembro.
Apenas as vendas dessa bebida foram suficientes para cobrir o prêmio em dinheiro combinado dos campeões masculinos e femininos, que este ano é de US$ 3,6 milhões para cada um.
O Honey Deuce — uma mistura de vodca, limonada e licor de framboesa, adornada com bolas de melão — tornou-se um enorme sucesso tanto para a Grey Goose quanto para o torneio. Isso é fruto de uma estratégia de marketing bem-sucedida que acompanhou o crescente interesse pelo tênis.
O US Open, um dos maiores eventos esportivos do mundo, está alcançando novos patamares este ano. No dia da abertura, 25 de agosto, um recorde de 74.641 torcedores lotou o complexo em Queens, gerando frustração entre alguns fãs que enfrentaram espaços abarrotados em comparação com anos anteriores.
A Associação de Tênis dos EUA espera receber 1 milhão de espectadores no US Open este ano — o maior número em seus 56 anos de história — de acordo com o Sports Business Journal.
A StubHub informou à CNN que as vendas de ingressos estão a caminho de superar todos os eventos anteriores ao US Open.
Há muitas pessoas dispostas a adquirir o popular, embora cada vez mais caro, drinque de assinatura do torneio.
O passado e o futuro do Honey Deuce
O coquetel surgiu em 2007, quando a Grey Goose estava no segundo ano de seu patrocínio com o US Open, um contrato que foi renovado em 2023 por mais cinco anos. A marca buscava uma bebida fácil de servir em grandes eventos esportivos e com um sabor leve e refrescante para os dias quentes.
Criado por Nick Mautone, um ex-embaixador da Grey Goose e restaurador, o Honey Deuce teve sua inspiração em um melado que ele viu em um mercado de fazendeiros.
“O que é o sabor do verão?” foi o pensamento que levou à criação do Honey Deuce, segundo Aleco Azqueta, vice-presidente de marketing da Grey Goose. O coquetel mistura vodca Grey Goose, limonada e um pouco de licor de framboesa Chambord, decorado com três bolas de melão que se assemelham a bolas de tênis. O nome “deuce” é um termo do tênis usado quando os jogadores estão empatados em 40-40.
No ano passado, um número recorde de 460.275 Honey Deuces, vendidos a US$ 22 cada e acompanhados de um copo plástico comemorativo, foi vendido no USTA Billie Jean King National Tennis Center, gerando mais de US$ 10,1 milhões em vendas.
A bebida se tornou tão popular que o torneio agora conta com vários bares “Honey Deuce Express” espalhados pelo complexo, e foram instaladas torneiras com coquetéis em lote em alguns pontos para agilizar o atendimento.
Desde sua criação há quase duas décadas, mais de 2,2 milhões de Honey Deuces foram vendidos no US Open, e as vendas devem bater novos recordes este ano, com o aumento da participação no torneio.
Agora com copo comemorativo e mais caro
Apesar do aumento de preço — o Honey Deuce subiu quatro vezes nos últimos cinco anos, alcançando US$ 23 este ano — as vendas não desaceleram. Azqueta acredita que parte do crescimento se deve à exclusividade da bebida, disponível apenas durante duas semanas por ano. “O que é único no Honey Deuce é que é algo pelo qual as pessoas realmente anseiam, já que só se pode ter o original no US Open”, afirma.
A Grey Goose fez parcerias com bartenders para vender o drink em cerca de 140 locais na área de Nova York e também como coquetel enlatado via delivery em Nova York e Chicago, disponível apenas durante o torneio, oferecendo às pessoas uma amostra mesmo que não estejam no Queens.
Os organizadores do torneio estão aproveitando a popularidade do Honey Deuce para vender também chapéus, broches e camisetas com o coquetel. A mercadoria está vendendo tão bem que o estoque restante é limitado e há planos para reabastecer, conforme informou um porta-voz do US Open.
Embora outros eventos não divulguem números específicos sobre vendas de bebidas especiais, o Honey Deuce conquistou seu lugar na “realeza dos coquetéis associados aos grandes eventos esportivos”, segundo Mea Leech, diretora de bebidas do Virgin Hotels Nova Iorque. Ela o compara ao Azalea, servido no Masters de golfe, e ao Pimm’s Cup em Wimbledon.
“Não se pode ter um US Open sem o Honey Deuce (…) Ele é realmente o que o Mint Julep é para o Kentucky Derby, mas com um aspecto cultural ainda mais forte”, diz Azqueta.
No domingo, Serena Williams, seis vezes campeã do US Open, experimentou o Honey Deuce pela primeira vez e postou sua experiência no TikTok, que já acumulou 155 mil visualizações. “Querido, isso não é um deuce”, comentou ela.
Fonte: CNN Brasil