“O Paladar Não Retrocede” foi uma das palestras mais inspiradoras e cheias de reflexões ministrada por Carlos Ferreirinha, fundador e presidente da MCF Consultoria, no primeiro dia do Nordeste On (NEon), evento promovido pelo Sebrae-PB para um público de 20 mil visitantes nos dois dias.
Como será o mundo com a inteligência artificial e como isso interfere nas nossas capacidades criativas permeou a apresentação, além de sua pesquisa sobre como as novas economias vão modelar o futuro do mundo, desde questões ambientais até as relações de trabalho.
Ferreirinha citou a importância dos empresários saberem resgatar a brasilidade e a essência do país em quesitos culturais que não são mais vistos no mercado. O palestrante pontuou a dificuldade presente quando se trata de olhar ao seu redor e ver o que está acontecendo.
Outro ponto importante destacado na palestra foi a mudança climática, pois o meio ambiente reflete nas condições humanas de trabalho. Assim, é preciso levar em conta como seus colaboradores são tratados, já que não querem mais trabalhar com empresários autoritários e cargas horárias exaustivas. Segundo ela, é preciso, cada vez mais, pensar que o mercado é composto por relações entre marcas, funcionários e clientes.
A inteligência artificial é o novo petróleo
Ferreirinha destacou ainda que apesar das redes sociais já existirem a muitos anos, ainda não sabemos como utilizá-las: “Empresários e grandes empresas ainda não fazem uma estratégia digital adequada, o que nos leva a pensar no uso da Inteligência artificial, muito útil para desenharem uma visão de longo prazo e construir um plano de negócios”.
Ferreirinha cita ainda: “A força competitiva de empresas, marcas e profissionais estará naqueles que preveem o futuro, analisam mais rápido o que está acontecendo e são capazes de reagir igualmente rápido”.
Quatro desafios para o futuro
1: Apagão de mão de obra
Contratar pessoas, atrair clientes e entretê-los será cada vez mais difícil. O número atual de demissões voluntárias é maior do que nos últimos trinta anos.
2: O desafío climático
Um dos mais difíceis obstáculos para os próximos anos é a mudança climática. Alagamentos e elevação da temperatura do planeta fazem com que os consumidores não saiam tanto para consumir.
3: Revolução e transformação digital
A inteligência artificial terá mais impacto do que a revolução industrial. O que demanda mais estudos por parte dos empregadores.
4: Fragilidade mental e emocional
Segundo a OMS, a doença que mais terá óbitos em 2030 será a doença mental. Ferreirinha fez um alerta ao dizer que no futuro as empresas começarão a dar vale terapia como hoje dão vale alimentação. Os famosos pets serão ainda mais comuns como ajuda terapêutica e abrirão portas para esse mercado crescer muito.
Novas economias
Na análise de Ferreirinha, muitas novas economias irão nascer a partir dos desafios que foram citados acima. A fragilidade mental e emocional vai gerar escapismo e consequente alta na busca por novas possibilidades de entretenimento. O turismo terá a sua maior alta da história.
O mundo está com oito bilhões de pessoas e esse número crescerá exponencialmente. Segundo ele, haverá lugares que não poderão ser habitados, o que irá gerar migrações em massa, também em função de mudanças climáticas. Alagamentos como no sul do país farão com que o mercado passe por reconfigurações.
O especialista lembrou ainda que as novas gerações estão envelhecendo melhor, com mais saúde, mais motivação e energia, trazendo oportunidades para vários mercados que terá vinte cinco anos a mais de uma faixa etária que não era determinante na cadeia de consumo.
“O Brasil das oportunidades é muito maior do que o Brasil das dificuldades” – Carlos Ferreirinha
O palestrante citou a notícia que o Brasil passará de nona para oitava economia do mundo, superando a Itália, e é o único país da américa latina com economias espalhadas por todo o território e não somente concentrada na capital.
O futuro, segundo Ferreirinha, espera muito de nós quando se trata do caminho para o crescimento econômico, mas com o homem no protagonismo ao digital e com a inteligência artificial como uma grande colaboradora: “A IA desafiará o quão criativos nós somos, sendo, agora, o momento de potencializarmos as nossas habilidades criativas. Colocar cada vez mais nossas humanidades e singularidades em nossos produtos. O cliente buscará experiência ao adquirir um produto, isso traz a conexão entre marca e cliente”, finalizou com clareza e conhecimento baseado em dados e pesquisas.