
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu em seu discurso no G7 uma uma “revolução digital inclusiva”, com o compartilhamento da inteligência artificial por todos os países. Em discurso no G7, em que participou como convidado, o presidente Lula defendeu uma governança global sobre inteligência artificial.
— Necessitamos de uma governança internacional e intergovernamental da inteligência artificial, em que todos os Estados tenham assento — afirmou.
Em sua estreia no G7, o Papa Francisco, que tem conversa confirmada com Lula, deverá fazer um alerta para risco de ser humano se tornar algoritmo com inteligência artificial, um dos temas centrais da cúpula, que este ano será realizada na região de Apúlia, no sul da Itália.
LEIA MAIS: Lula defende Haddad e diz que não há pressão: ‘Senado e empresários que encontrem solução’
O presidente também voltou a falar sobre a inclusão dos países africanos no enfrentamento dos desafios impostos pela inteligência artificial. Lula defendeu que agreguem “valor a seus recursos naturais” para que os países em desenvolvimento não fiquem presos em relação de dependência:
— O Estado precisa recuperar seu papel de planejador do desenvolvimento. Promover o emprego decente e a inclusão social são alguns dos temas que tratei ontem na Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra. A Parceria para o Direito dos Trabalhadores que levamos adiante com o Presidente Biden tem essa finalidade. É nesse contexto de combate às desigualdades que se insere a proposta de tributação internacional justa e progressiva que o Brasil defende no G20.
Lula defendeu a taxação de super-ricos e afirmou que já “passou da hora” de contribuírem de maneira “justa”, afirmando ainda que a concentração de renda é um “risco para a democracia”.
— Já passou da hora dos super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos. Essa concentração excessiva de poder e renda representa um risco à democracia. Muitos países em desenvolvimento já formularam políticas eficazes para erradicar a fome e a pobreza.
O presidente também voltou a criticar as instituições de governança, afirmando que estão “inoperantes” diante da realidade.
— Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças. Isso nos levou a endossar a decisão da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça.
Por fim, o presidente voltou a condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia, afirmando que está claro que “nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar.
— O Brasil condenou de maneira firme a invasão da Ucrânia pela Rússia. Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar. Somente uma conferência internacional que seja reconhecida pelas partes, nos moldes da proposta de Brasil e China, viabilizará a paz.