O Telescópio Espacial James Webb identificou minerais hidratados na superfície do asteroide 16 Psyche, um dos corpos celestes mais fascinantes e potencialmente valiosos do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. A descoberta de moléculas de hidroxila — compostas por átomos de hidrogênio e oxigênio — sugere uma história mais complexa do que os cientistas inicialmente esperavam para este asteroide brilhante.
Com uma estimativa de que os metais no 16 Psyche possam valer até 10 quintilhões de dólares, um valor muito superior ao PIB global de aproximadamente 105 trilhões de dólares, a NASA, no entanto, não planeja minerar o asteroide. Em vez disso, uma espaçonave foi lançada no ano passado para explorá-lo mais detalhadamente.
A nova evidência pode indicar que o 16 Psyche não é o núcleo metálico exposto de um protoplaneta que sofreu uma colisão, como se acreditava anteriormente. Em vez disso, o asteroide pode ter se formado além da “linha da neve” do sistema solar — uma região onde as temperaturas são suficientemente baixas para que a água se transforme em gelo. Essa hipótese pode alterar a compreensão sobre a origem do asteroide e ter implicações na busca por água e vida fora da Terra.
A pesquisa, que utiliza as capacidades infravermelhas do Telescópio Espacial James Webb, desafia as noções anteriores sobre asteroides de classe M, como o 16 Psyche. De acordo com a Dra. Stephanie Jarmak, do Centro de Astrofísica de Harvard & Smithsonian, esses asteroides eram considerados núcleos expostos de planetesimais diferenciados, com base em suas semelhanças espectrais com meteoritos de ferro.
Ainda não está claro se a água no 16 Psyche é uma característica primitiva ou se foi introduzida por colisões com outros asteroides. A Dra. Anicia Arredondo, do Southwest Research Institute, observou que, se a água sempre esteve presente, o asteroide seria menos provável de ser o núcleo remanescente de um protoplaneta.
Lançada em 13 de outubro de 2023, a espaçonave da NASA tem uma jornada de 3,5 bilhões de quilômetros pela frente para alcançar o 16 Psyche em agosto de 2029. Após a chegada, levará pelo menos 21 meses para mapear, orbitar e estudar este corpo celeste, que possui cerca de 225 quilômetros de diâmetro e está localizado a aproximadamente 370 milhões de quilômetros da Terra.
Fonte: Forbes Brasil