Museu de Arqueologia de Pilões atrai turistas com acervo rico em peças arqueológicas

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O Museu de Arqueologia de Pilões, instalado no antigo prédio do mercado público do município, tem atraído grande número de turistas devido à riqueza de seu acervo. Com mais de 200 peças arqueológicas e 22 conjuntos funerários dos povos tupi-guarani e aratu, o museu exibe artefatos da tradição ceramista aratu, além de ferramentas de pedra polida de diversos contextos históricos.

O museu foi criado como resultado de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional na Paraíba (Iphan-PB) e empresas de energia elétrica. Segundo o diretor do museu, José Geraldo Fernandes Neto, o projeto teve início após vistorias realizadas em 2009 para a instalação de subestações de energia da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) em Pilões. Durante essas vistorias, foi identificada uma coleção indígena arqueológica, revelando que a área era um sítio-cemitério pré-histórico.

Foto: Reprodução

Os vestígios descobertos foram coletados e enviados ao Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde passaram por processos de curadoria e restauro antes de serem transferidos para o Museu de Arqueologia de Pilões. A transferência das peças ocorreu em 19 de junho de 2023, com a presença de representantes da Prefeitura de Pilões e do arqueólogo Juvandi de Souza Santos, responsável pelo Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da Universidade Estadual da Paraíba (Labap/UEPB).

Fundado com o objetivo de preservar o material arqueológico e promover a educação patrimonial na região, o museu tornou-se um dos sítios arqueológicos mais importantes da Paraíba.

Expansão favorecerá atividades pedagógicas

Local é aberto para visitas entre terça-feira e domingo | Fotos: Divulgação/Expedição: Jornalistas na Estrada

Para Juvandi de Souza Santos, os itens descobertos em Pilões, juntamente com outros 21 sítios arqueológicos do interior da Paraíba, têm contribuído para redefinir a história do estado. “Os livros didáticos costumam indicar que, no período dos anos 1500, os tupis habitavam apenas o litoral, enquanto tapuias, cariris e tarairiús ocupavam o interior. Hoje, graças a essas escavações, sabemos que os tupis também viviam no interior da Paraíba. Além disso, até 2009, a presença do povo aratu no estado não era mencionada, algo que as descobertas recentes confirmaram”, destaca o arqueólogo da UEPB, ressaltando que o acervo encontrado em Pilões “é formidável e está entre os melhores materiais arqueológicos do Brasil”.

Foto: Reprodução

Parte dessas peças, no entanto, ainda está armazenada no Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da universidade, em Campina Grande, e será incorporada ao museu após uma futura ampliação do espaço. A manutenção do museu é financiada pela Prefeitura de Pilões, com assessoria técnica da equipe de pesquisadores liderada por Juvandi. “A intenção é expandir o espaço para acomodar o restante do material encontrado, permitindo a difusão completa do estudo histórico da nossa região”, explica José Geraldo Fernandes Neto, diretor do museu.

A expansão do Museu de Arqueologia de Pilões também visa promover atividades pedagógicas no local.

Urnas funerárias

Uma das principais atrações do museu são as urnas funerárias dos povos tupi-guarani e aratu, que ilustram as curiosas práticas de sepultamento dessas comunidades indígenas, nas quais os corpos eram colocados em posição fetal. Arqueólogos sugerem que, após certo tempo, os restos mortais eram retirados e transferidos para outro local. De fato, as escavações revelaram apenas dois dentes como resquícios humanos.

Além das urnas, o museu exibe adornos, machados e utensílios de cerâmica. A entrada é gratuita, e o local está aberto ao público de terça a domingo, nos períodos da manhã e da tarde.

Fonte: Jornal A União

Redação
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