Parceria busca impulsionar a indústria de biocombustíveis em Moçambique.
A Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene) e o governo de Moçambique assinaram um memorando de entendimento para iniciar o desenvolvimento da indústria de biocombustíveis em Moçambique, utilizando tecnologia brasileira. O acordo foi formalizado durante o Fórum Biodiesel e Bioquerosene – Tecnologia e Inovação, que ocorreu em São Paulo.
O memorando de entendimento inclui a Ubrabio, o gabinete de reformas econômicas do Ministério da Economia e Finanças de Moçambique e a CTJ Consultoria, uma empresa moçambicana especializada em consultoria estratégica. A parceria tem como objetivo promover a troca de conhecimentos e definir os termos e condições para a implementação e o desenvolvimento da indústria de biocombustíveis no país africano.
Biocombustível em Moçambique
A medida está alinhada com o Programa de Aceleração Econômica (PAE) de Moçambique. O objetivo é gerar empregos e atrair investimentos privados para a produção agrícola. Além disso, pretende reduzir as importações. O PAE também estabelece que os importadores e distribuidores de combustíveis líquidos incluam biodiesel em seus produtos.
De acordo com o representante do governo moçambicano, João José Macaringue, o Brasil é uma referência internacional no setor de biocombustíveis. “O Brasil foi pioneiro neste processo e é referência internacional. Se queremos ser bons, precisamos seguir os melhores”, afirmou Macaringue durante o evento. O memorando foi assinado no segundo dia do I Fórum Biodiesel e Bioquerosene: Tecnologia e Inovação.
Donizete Tokarski, diretor superintendente da Ubrabio, destacou que o objetivo do acordo é proporcionar ao governo de Moçambique o desenvolvimento dos biocombustíveis. “Precisamos da ajuda de todos do corpo científico para que possamos cumprir o papel da Ubrabio, que é transmitir o conhecimento e a experiência para outras terras”, disse Tokarski.
Ubrabio assina memorando com governo de Moçambique
Durante o evento, o secretário-executivo adjunto da Secretaria-Geral da Presidência da República, Flávio Schuch, anunciou a criação de uma mesa de discussão para acelerar o desenvolvimento do bioquerosene como alternativa sustentável aos combustíveis fósseis. “Sou testemunha do compromisso do vice-presidente Geraldo Alckmin com a questão da descarbonização da economia, da neoindustrialização, com a economia circular”, declarou Schuch.
O painel contou com a participação de representantes da Airbus, Boeing, Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Renováveis para Aviação (RBQAV), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Embrapa Agroenergia. As discussões abordaram diferentes modelos de precificação de biocombustíveis, medidas de fomento ao setor e inovações em matérias-primas.
O gerente de Nova Economia e Indústria Verde da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Marcelo Galvão, enfatizou a importância do reforço à pesquisa e desenvolvimento no país. “O que deveria ocupar as capas de jornais são os R$ 19,3 bilhões de dinheiro novo de reforço à pesquisa”, afirmou Galvão.
Perspectivas e benefícios da parceria
Em suma, a parceria entre Brasil e Moçambique para o desenvolvimento da indústria de biocombustíveis promete trazer benefícios econômicos e ambientais para ambos os países. Primeiramente, a utilização de tecnologia brasileira e a troca de conhecimento são fatores cruciais para o sucesso do projeto. Além disso, a criação de empregos e a atração de investimentos privados impulsionarão a economia moçambicana.
FONTE: Economic News Brasil