Com um cenário imobiliário desafiador em 2025, economistas preveem que o índice de vendas de imóveis residenciais da FipeZAP desacelere. A restrição no crédito, consequência da alta da Selic e da redução dos recursos da poupança, além do aumento dos custos de construção, devem pressionar principalmente o segmento de imóveis de médio padrão. Contudo, setores como locação e imóveis de luxo estão posicionados para se beneficiar desse cenário mais restritivo.
O programa Minha Casa Minha Vida continuará sendo um pilar importante para a inclusão habitacional. As projeções de mercado, conforme o Boletim Focus do Banco Central (BC), indicam um crescimento real do PIB de 2,1% em 2025, e a taxa média de desemprego deve ficar em 6,7% no primeiro semestre. “Essa combinação sugere que a atividade econômica ainda estará aquecida, embora em um ritmo mais moderado em comparação com 2024, o que pode impulsionar a demanda por imóveis de luxo”, afirma Paula Reis, economista responsável pelo índice.
Com esse cenário favorável para o mercado de luxo, Balneário Camboriú segue sendo a cidade com o metro quadrado mais caro do Brasil, cotado a R$ 14 mil. Itajaí (R$ 12 mil) e Florianópolis (R$ 11,8 mil) também estão entre os destaques. No entanto, quem realmente ameaça Balneário Camboriú é Itapema, com o preço de R$ 13,5 mil por metro quadrado.
“O preço e a trajetória de valorização de Balneário Camboriú, Itapema e Itajaí estão próximos. A valorização imobiliária do litoral catarinense, intensificada pela pandemia, é responsável por esse fenômeno”, explica a economista do Data ZAP.
Santa Catarina tem se destacado no crescimento acelerado, com dados do IBGE de agosto de 2024 mostrando um aumento populacional de 5,89% em relação a 2023, o maior entre os estados do Sul. O estado tem se transformado em um destino não só turístico, mas também para trabalho e moradia.
Preço Médio por Metro Quadrado (R$):
- Balneário Camboriú (SC): R$ 14.041
- Itapema (SC): R$ 13.592
- Vitória (ES): R$ 12.522
- Itajaí (SC): R$ 12.008
- Florianópolis (SC): R$ 11.845
O índice de janeiro registrou uma variação positiva de 0,59% nos preços de imóveis em 56 cidades brasileiras, abaixo da variação de 0,66% no mês anterior. Nos últimos 12 meses, a variação foi de 7,98%, superando a inflação de 2024, que foi de 4,51%.
Destaque para Salvador
Salvador se destaca com a maior variação de preço no último ano entre as capitais, com um aumento de 18%, seguida por Curitiba (17,86%) e João Pessoa (16,47%). O Rio de Janeiro, por outro lado, apresenta a menor variação, com apenas 3,40%. São Paulo ocupa a 17ª posição, com um aumento de 6,7%.
O mercado de Salvador tem experimentado um crescimento acelerado desde abril de 2024, especialmente em bairros como Brotas, Ondina e Caminho das Árvores.
Variação de Preço nos Últimos 12 Meses (%):
- Salvador (BA): +18%
- Curitiba (PR): +17,86%
- João Pessoa (PB): +16,47%
- Vitória (ES): +14,01%
- Aracaju (SE): +13,54%
Em relação ao Rio de Janeiro, o estado tem apresentado um crescimento de preços abaixo da média nacional. Entre novembro de 2023 e 2024, a concessão de crédito real no estado cresceu 10%, enquanto a média nacional foi de 20,3%. Isso reflete um mercado imobiliário local mais morno em comparação com outras cidades monitoradas pelo índice FipeZAP.
Fonte: Exame