Um estudo realizado pela ACI Worldwide em parceria com a GlobalData revelou que mais de 60% dos golpes aplicados por meio do Pix envolvem quantias entre R$ 1 e R$ 2.800. Esses golpes geralmente ocorrem quando criminosos coagem as vítimas a realizarem transferências para contas controladas por eles ou por parceiros.
De acordo com o relatório, as perdas com esse tipo de golpe podem chegar a US$ 635,6 milhões, cerca de R$ 3,7 bilhões no Brasil até 2027. A pesquisa destaca que, embora a adoção do Pix tenha impulsionado a inclusão financeira no país, ela também abriu espaço para a ação de golpistas cibernéticos.
Principais formas de golpes
O estudo identificou as principais modalidades de golpes praticados no Brasil, que incluem:
- Solicitação de transferência como adiantamento de pagamento por produto ou serviço (27%);
- Pedido para comprar um produto (20%);
- Oportunidade de investimento em produto ou empresa (17%);
- Solicitação de pagamento de fatura ou saldo devedor (10%);
- Pedidos de transferência por falsos relacionamentos românticos (7%);
- Solicitações de pagamento alegando ser uma pessoa ou organização confiável (7%);
- Outros (13%).
MED e Medidas de proteção
Em resposta ao aumento desses golpes, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou em junho que iniciará reuniões com o Banco Central para aprimorar o Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Pix, que facilita a devolução de valores em casos de fraude. A nova versão, chamada MED 2.0, está prevista para ser desenvolvida entre 2024 e 2025, com ativação em 2026.
Como utilizar o MED:
- Ao perceber que foi vítima de um golpe, o cliente deve acionar o MED pelo aplicativo do banco ou canais oficiais.
- O banco notifica a instituição do suposto golpista, que bloqueia o valor disponível na conta.
- O caso é analisado. Se for determinado que não houve fraude, os recursos são desbloqueados para o recebedor. Se for confirmada a fraude, o cliente pode receber o dinheiro de volta, dependendo do montante disponível na conta do golpista.
- O MED também pode ser utilizado em casos de falhas operacionais no ambiente Pix, como transações em duplicidade.
A implementação dessas medidas visa aumentar a segurança dos usuários e reduzir as perdas financeiras causadas por fraudes no sistema de pagamento instantâneo.