Lições para Trump: interdependência e sustentabilidade

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A recente catástrofe dos incêndios na região de Los Angeles reforça uma lição valiosa: a melhor forma de cuidar de si mesmo é pensar no bem-estar coletivo. Este princípio se revela claramente quando olhamos para os esforços internacionais no combate às chamas devastadoras. Apesar da retórica frequentemente hostil do presidente Donald Trump em relação ao México, foram os bombeiros mexicanos que atravessaram a fronteira para ajudar os Estados Unidos nesta tarefa árdua. É uma ironia emblemática que aqueles menosprezados estendam a mão em um momento de necessidade.

Estudos científicos indicam que cerca de 20% da água evaporada pela floresta amazônica retorna ao continente americano em forma de chuva, alimentando ciclos hidrológicos cruciais para a agricultura e a estabilidade climática. Apesar disso, Trump, durante seu governo, se posicionou contra iniciativas de preservação ambiental e ignorou a importância estratégica da Amazônia para o equilíbrio global.

Temo aqui uma verdade fundamental: não importa quão poderosa seja uma nação ou uma empresa, ninguém está isolado. A interdependência entre pessoas, nações e ecossistemas é um fato inegável no mundo globalizado. Para empresas, a lição é igualmente relevante. A sustentabilidade não é apenas uma responsabilidade social, mas também uma estratégia de negócios inteligente. Estudos apontam que empresas com políticas ESG (ambiental, social e de governança) bem-estruturadas tendem a ter um desempenho financeiro superior a longo prazo.

Nos últimos anos, as catástrofes climáticas têm causado prejuízos financeiros significativos. Nos EUA, por exemplo, os custos relacionados a desastres naturais em 2022 ultrapassaram US$ 165 bilhões, segundo a NOAA. Incêndios florestais, furacões e inundações são amplificados por práticas insustentáveis e pela inação climática. Esse cenário poderia ser mitigado com cooperação internacional, políticas públicas eficazes e investimentos em tecnologias limpas.

A mensagem para líderes como Trump, assim como para executivos e políticos, é clara: pensar coletivamente é a melhor forma de garantir o futuro. Agir pelo desenvolvimento das pessoas e pela preservação ambiental não é uma ameaça à economia, mas sim um caminho para a prosperidade compartilhada.

O exemplo que listei acima mostram que assim como o meio ambiente não reconhece limites nacionais, os esforços para preservá-lo devem transcender interesses individuais. Este é o verdadeiro caminho para a resiliência e a sustentabilidade.

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Bira Miranda
Publicitário com 26 anos de atuação no Brasil e em Portugal, especialista em ESG com cursos no United Nations System Staff College e na EDX - Solve - Mit (Massachusetts Institute of Technology). Fundador e Líder de Estratégia na YPY Consulting - Consultoria em Sustentabilidade e Presidente da Associação de Assistência e Desenvolvimento Humano DaRua (Entidade dedicada acolher pessoas em situação de rua em SP).