Indicadores apontam que a Paraíba terá o maior crescimento do Brasil em 2024, com 6,4%

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O PIB da Paraíba teve crescimento de 5,6% em 2022, o segundo maior da região Nordeste, somente atrás do Piauí (6,2%), mas superior ao da região Nordeste (3,6%) e ao do Brasil (3%), de acordo com dados divulgados pelo IBGE em novembro. Como os dados do IBGE são divulgados com defasagem de 2 anos, outras fontes de dados ajudam a entender melhor o desempenho recente da economia paraibana para estimar o crescimento do PIB no ano de 2024 e as projeções para 2025.

Uma das fontes que pode trazer luz às expectativas de desempenho econômico do estado neste ano é um levantamento feito pelo Banco do Brasil, chamado Resenha Regional, publicado mensalmente, e que utiliza as mesmas fontes de dados que o IBGE usa em suas estimações, mas com dados adicionais e análises econométricas para extrapolação de resultados. A Resenha Regional mais recente, divulgada no início de dezembro, indica que a Paraíba deve crescer 6,4% em 2024, o mais elevado do Brasil, que por sua vez, segundo a mesma fonte, deve ser de 3,5%. A Região Nordeste deve crescer 3,7%, acima também do crescimento brasileiro, mas bem abaixo do crescimento da Paraíba.

O ano de 2024 vem sendo de aceleração de crescimento do PIB da Paraíba, com resultados mais expressivos ao longo do ano. O IBGE divulgou que o setor de serviços, que representa 81,1% do PIB paraibano, teve um crescimento de 8,4% na comparação anual somente no mês de outubro, indicando que o 4º trimestre desse ano deve trazer um crescimento ainda mais forte da atividade econômica paraibana.

Ao observar a distribuição setorial do crescimento do PIB da Paraíba, chama a atenção que os 2 principais setores, serviços e indústria, acumulam desempenho forte no acumulado do ano. O setor de serviços lidera o avanço com 4,3% até outubro. A indústria, que representa 14,6% do PIB paraibano, não tem acompanhamento nas publicações regionais feitas pelo IBGE, mas as vendas do varejo, que incluem principalmente os produtos industrializados, apresentaram um crescimento de 19,0% também em outubro em relação ao mesmo mês do ano passado, o maior do país para o período analisado.

As evidências desse forte crescimento também podem ser vistas no aquecimento do mercado de trabalho, tanto formal, quanto informal. No acumulado do ano até outubro, o estado da Paraíba tem apresentado números de liderança na geração de empregos formais, via Caged. A Paraíba foi o estado que teve o segundo maior crescimento percentual em geração líquida de empregos formais no Nordeste no acumulado do ano até outubro, com 5,28%, somente atrás do Rio Grande do Norte, que teve crescimento de 6,87%, e bem acima da média do Nordeste (4,70%) e do Brasil (4,65%).

O estado possui a quarta menor taxa de desemprego da região Nordeste, com 7,8% no 3º trimestre desse ano, mas houve um avanço significativo, com uma queda de 1,5 ponto percentual dos 9,3% observados no 3º trimestre de 2023, uma redução de quase 20% em um ano, e um aumento do nível de ocupação de 3,3 pontos percentuais, o maior do Nordeste, e o terceiro maior do país, atrás somente de Roraima (4,6 p.p.) e Mato Grosso (4,1 p.p.), com 51,0%, na comparação com os 47,7% de um ano atrás.

Pelos dados apresentados para o desempenho do PIB e da evolução da mão de obra contratada, além do desempenho mais recente do setor de serviços para o mês de outubro, o 4º trimestre deve continuar com forte crescimento. A economia dá indícios que está tracionando bem seu crescimento para o ano que vem, quando deve surpreender ainda mais positivamente, com expectativa de ter, por enquanto, o segundo maior crescimento da região Nordeste, 2,8% contra 3,3% do Piauí, segundo a Resenha Regional do Banco do Brasil. Crescimento, este, fruto dos diversos investimentos em infraestrutura anunciados pelo Governo do Estado e da iniciativa privada em hotelaria e serviços anunciados no Polo Turístico do Cabo Branco, além do forte crescimento da indústria, energias renováveis e do agronegócio.

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Ecio Costa
Ecio Costa é economista pela UFPE, com Mestrado, Ph.D. e Pós-Doutorado em Economia pela University of Georgia. Atualmente é Professor Titular de Economia da UFPE e Professor Convidado da Fundação Dom Cabral.