O sucesso de projetos como o Caminhos do Frio e o Raízes do Brejo tem demonstrado o grande potencial que as cidades do Brejo e do Curimataú possuem para desenvolver sua cultura e atrativos turísticos locais e sustentáveis. No entanto, muitos municípios ainda não sabem como implementar essas iniciativas ou qual metodologia seguir.
Para superar esse desafio, as prefeituras têm se unido a órgãos públicos com o objetivo de potencializar suas vocações locais. Isso inclui o fortalecimento da gastronomia, a promoção do ecoturismo e a valorização do turismo histórico.
Uma das principais conquistas dessas parcerias com instituições como a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Governo do Estado, tem sido o aprendizado e a aplicação de estratégias mais eficazes para fortalecer negócios e impulsionar o turismo na região.
Há um ano, o município de Dona Inês, localizado a mais de 150 km da capital e com uma população de pouco mais de 10 mil habitantes, iniciou uma parceria com o campus de Bananeiras da UFPB, por meio do Grupo Interdisciplinar em Estudos de Gestão Estratégica (Giege/UFPB). Segundo Josenildo Fernandes, secretário municipal de Cultura e Turismo, a cidade foi pioneira nesse tipo de iniciativa.
“A partir dessa experiência, começamos a divulgar a ideia para outros municípios, incentivando-os a buscar colaborações semelhantes. As universidades precisam desenvolver atividades de extensão, e os municípios precisam de apoio. No entanto, muitos não sabem por onde começar. Para os gestores públicos, essas parcerias são simples; basta procurar a instituição, como a UFPB, que é um grande parceiro nosso”, explica Fernandes.
A colaboração com o Giege/UFPB se destaca, segundo o secretário, porque o grupo é composto por 12 professores de diversas áreas, que atendem às necessidades de produtores e empreendedores locais. Em Dona Inês, essa parceria tem ajudado a promover administradores e nutricionistas, além de áreas como ambiental e agroflorestal, não se limitando apenas à formação em gestão.
“Gestão é uma área trabalhada, mas, por exemplo, temos uma feira agroecológica, e eles trouxeram um curso de economia solidária para criar uma rede entre a agricultura familiar e os restaurantes. Há também os editais. Aqui, por exemplo, temos uma comunidade quilombola, e um edital foi aberto para esse grupo. Eles ajudam a organizar, dar ideias, sugestões e até corrigir projetos de edital”, acrescenta o secretário.
Novas Demandas
O trabalho de parceria de Dona Inês com organizações públicas tem despertado interesse e gerado demandas de outras cidades da região. Dois meses após o início dos trabalhos em Dona Inês, o próprio Giege/UFPB expandiu suas colaborações para as cidades de Logradouro e Solânea, onde o grupo tem elaborado diagnósticos sobre os atrativos turísticos locais.
Outra nova ação está sendo desenvolvida em Guarabira. “Paralelamente a Solânea, surgiu Guarabira, onde implementamos o projeto Potencializa, Paraíba. Este produto conta com cinco frentes: administração pública, agricultura, serviços, consciência cidadã e a ‘provocação’ dos jovens para o empreendedorismo. Essas ações estão sendo aplicadas na cidade, onde o projeto já está em execução há 15 dias, e também em Logradouro, tudo alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [ODS], que incluem a geração de emprego e o combate à fome em todas essas frentes de ação”, relata Martinelli do Nascimento, presidente do Giege/UFPB.
Fonte: Jornal A União