Governo quer que Petrobras aguarde antes de subir preço dos combustíveis por crise no Oriente Médio

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Ataques do Irã a Israel aumentam incertezas sobre petróleo

O governo quer que a Petrobras aguarde os desdobramentos da entrada direta no Irã no conflito do Oriente Médio, com os ataques a Israel, para definir eventuais reajustes do preço dos combustíveis. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criou um grupo de trabalho para acompanhar os desdobramentos do conflito.

Na avaliação do governo, apesar de já haver uma defasagem no valor dos combustíveis, ainda não há uma avaliação que justifique um reajuste.

Primeiro, deve esperar se e como será a resposta de Israel aos ataques do Irã, de acordo com integrantes do Executivo. Além disso, deve-se aguardar se realmente haverá uma piora no mercado, e se uma eventual disparada no preço do barril do petróleo será permanente, argumentam membros do Executivo.

A defasagem do preço da gasolina no Brasil em relação ao preço internacional chegou a 19% nesta segunda-feira, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Na última sexta-feira, a disparidade estava em 17%.

Apesar do aumento da tensão, a cotação do barril começou esta semana com pequena queda e fechou a segunda-feira ao redor de US$ 90. Analistas alertam que o preço pode chegar a US$ 100, caso a crise no Oriente Médio se agrave.

Participarão do grupo de trabalho representantes da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério, da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Empresa de Pesquisa Energética e da Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA), além de participantes do setor privado.

A portaria que cria o grupo de trabalho deverá ser publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira.

No fim de semana, o Irã lançou drones e mísseis contra Israel. A escalada nos preços do petróleo vai depender da resposta que o premier israelense Benjamin Netanyahu dará ao ataque iraniano, dizem analistas.

 

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