
Embora a utilização do Pix pelo setor público represente somente 1% das transações feitas pelo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC), a adoção dessa modalidade pela União tem gerado uma economia significativa para o governo.
Um dos exemplos é o recolhimento de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) via Pix, que começou em março e tem potencial de economia de R$ 180 milhões por ano para o fundo, com uma redução de 95% dos gastos com tarifas bancárias, segundo o Banco Central.
O Tesouro Nacional também já economizou cerca de R$ 10 milhões com a adoção da modalidade de pagamento na arrecadação de taxas e de pagamentos de órgãos federais. Além disso, cresce a cada semestre o recolhimento de impostos via Pix.
Filão dos bancos
Essa nova fronteira do Pix invade um filão explorado pelos bancos. Analistas do setor dizem que para o setor privado o impacto não é tão relevante e pode ser compensado com a procura menor por serviços em agências físicas para resolver questões burocráticas.
Para José Daronco, analista da Suno, o impacto maior será sentido pelos bancos públicos, como Caixa e Banco do Brasil, já que eles detêm a maioria dos convênios com a União:
— É importante pela tendência. Se o governo está fazendo isso, as pessoas também estão. Todo mundo está mudando a forma de pagamento. Mas, no âmbito micro, os principais afetados são os bancos públicos.
Redução da burocracia
Além dos ganhos na economia de recursos, a adoção mais generalizada do Pix no setor público reduz burocracia. A modalidade permite maior controle da arrecadação e agilidade nos processos, permitindo a cidadãos e empresas acesso mais rápido a produtos e serviços ou a pagamentos. Outra vantagem é a capilaridade: o sistema tem quase 800 instituições financeiras participantes.
Atualmente, 668 órgãos da União usam o Pix como forma de pagamento, ainda que ele só seja obrigatório em dois casos: repagamento da folha de pessoal e recolhimento de FGTS, em fase de implementação.