Cerca de 4.678 tentativas do chamado “golpe do 0800” foram registradas por hora nos últimos 12 meses em todo o país. Além disso, 4.504 brasileiros foram vítimas de fraudes envolvendo PIX, transferências ou boletos falsos em abordagens via aplicativos mensagem ou ligações no período.
Os dados são de uma pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) que analisa o impacto dos crimes na internet e contra o patrimônio no país.
A análise ouviu 2.508 pessoas com 16 anos ou mais em todas as regiões do Brasil. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou para menos.
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A pesquisa apurou que, de julho de 2023 a julho deste ano, o prejuízo com crimes virtuais passa de R$ 186 bilhões. Os casos mais recorrentes são, principalmente, de crimes envolvendo golpes via apps de mensagem e ligações falsas ou ainda produtos vendidos online com preços abaixo do mercado, e que depois revelavam ter problemas de autenticidade ou de origem (veja a tabela abaixo).
Mas entre os que causaram mais prejuízos aos consumidores também há fraudes de cartão de crédito ou furto ou roubo de celular, cujos custos médios são de R$ 1.702 e R$ 1.549, respectivamente, o que acumula mais de R$ 18,3 bilhões e R$ 22,8 bilhões de danos em todo o país.
Como se prevenir?
No chamado golpe do 0800, as quadrilhas entram em contato com as vítimas via SMS ou aplicativo de mensagem avisando sobre uma transação suspeita de valor alto no cartão de crédito. Para contestar a operação, eles orientam que a pessoa entre em contato com a central de atendimento que aparece com um número 0800, o que passa à vítima alguma sensação de credibilidade.
Além disso, em algumas variações do golpe, também fazem ligações telefônicas usando as chamadas Unidades de Resposta Audível (URAs), tecnologia usada por call centers e que, na mão dos criminosos, permite criar uma falsa central de atendimento. Com o recurso, uma voz automatizada convence as vítimas de que se trata de uma central legítima.
Na ligação, o golpista diz que a transação está em análise e que, por isso, ainda não aparece na fatura, solicita informações confidenciais, como senhas e números de cartões, e até induz a pessoa a realizar transações financeiras para regularizar o problema, geralmente via Pix. Outro artifício usado pelos golpistas é afirmar que as milhas ou os pontos do cartão do cliente estão vencendo, e pedem para que ele ligue para a falsa central para não perder a vantagem.
O meio de pagamento mais usado pelos brasileiros acabou se tornando um chamariz para a atuação de criminosos, e não faltam opções “criativas” de fraudes: de links falsos a promessas de dinheiro fácil, até o uso do nome de iniciativas públicas — —, quadrilhas enganam vítimas e tiram delas não apenas informações pessoais mas também dinheiro via Pix.
Nunca realize ligações para números de telefone (0800) recebidos através de SMS ou outras mensagens. Ligue sempre para o número da central de atendimento do seu banco ou para seu gerente.
Os bancos ligam para os clientes para confirmar transações suspeitas, mas nunca pedem dados como senhas, token e outros dados pessoais nestas ligações. Os bancos também nunca ligam e pedem para clientes que façam transferências ou Pix ou qualquer tipo de pagamento.
O banco nunca liga para o cliente nem manda mensagens ou e-mails pedindo para que ele instale nenhum tipo de aplicativo em seu celular para supostamente regularizar um problema na conta.
Ao receber uma mensagem de algum contato com um número novo, é preciso certificar-se que a pessoa realmente mudou seu número de telefone. Não faça o Pix ou qualquer tipo de transferência até falar com a pessoa que está solicitando o dinheiro.