A Justiça dos Estados Unidos aprovou na tarde desta terça-feira o plano de reestruturação da companhia aérea Gol. A informação foi confirmada pela empresa em fato relevante. Com dívidas que somavam R$ 20 bilhões, em janeiro do ano passado a companhia entrou com pedido de Chapter 11 no Tribunal de Falência dos EUA, em Nova York, instrumento equivalente ao processo de recuperação judicial brasileiro.
No documento enviado ao mercado nesta terça-feira, a Gol afirmou que espera concluir o processo de Chapter 11 e sair da reestruturação no mês que vem.
No movimento mais recente envolvendo o processo, a companhia informou ao mercado, no último dia 16, que garantiu um financiamento de US$ 1,9 bilhão captado junto a credores e investidores para deixar o processo de recuperação.
Os recursos, segundo a empresa, vão servir para o pagamento de empréstimos anteriores no contexto do processo e reforçar a posição de liquidez da empresa após a saída do Chapter 11, “proporcionando capital de giro e outros recursos de apoio às operações comerciais futuras”.
As ações da Gol entraram em leilão às 15h37, movimento de praxe quando um fato relevante é divulgado durante o pregão. Os papéis, que subiam 2%, avançaram a 12% de alta antes da interrupção dos negócios, quando já circulavam notícias de que a recuperação havia sido aprovada.
50 mil credores
O processo no âmbito do Chapter 11 o Capítulo 11 da Lei de Falências americana permite que a empresa possa captar recursos e fazer uma reestruturação financeira enquanto preserva sua operação. As dificuldades financeiras da companha se agravaram com o impacto da pandemia sobre o tráfego aéreo, a partir de 2020.
Antes mesmo do pedido à Justiça dos EUA, a empresa admitiu que estava negociando com credores uma saída para reestruturar sua situação financeira, com a contratação da consultoria Seabury.
No documento protocolado nos EUA em 2024, a aérea estimava entre 50 mil e 100 mil credores. As maiores cifras da empresa eram com o banco americano BNY Mellon (US$ 539,9 milhões), o Comando da Aeronáutica (US$ 222,5 milhões), a Vibra (ex-BR) (US$ 91,4 milhões) e a Boeing (US$ 15,2 milhões e a Infraero (US$ 15 milhões).
Ao todo, a lista de credores registrados somava um passivo de US$ 970,2 milhões, o equivalente a cerca de R$ 4,7 bilhões.
A Gol tem 14,5 mil funcionários e 139 aviões em sua frota, todos Boeing 747. No processo de reestruturação, a companhia incluiu, além da Smiles, subsidiárias e braços da empresa que vão além do transporte de passageiros, como as unidades financeiras Gol Finance (em Luxemburgo e em Cayman); a GAC, de logística; e os fundos de investimentos exclusivos Airfim e Fundo Sorriso.
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