Em um cenário nacional onde a eficiência da administração pública é constantemente desafiada, municípios paraibanos vêm demonstrando que é possível promover desenvolvimento social, econômico e sustentável por meio de práticas inovadoras de gestão. Cidades como João Pessoa, Cabedelo, Bananeiras e Campina Grande têm aplicado conceitos administrativos modernos que vão desde a digitalização de processos até o planejamento estratégico e parcerias com o setor privado.
Essas experiências, segundo o professor de Administração Sérgio Ferreira, representam mais do que boas práticas: são expressões de uma nova forma de pensar a gestão pública. “A inovação traz a possibilidade de uma visão sistêmica do município. Permite enxergar as reais necessidades, compreender os processos atuais e preparar as mudanças necessárias para alavancar o município”, explica o professor.
João Pessoa: digitalização como pilar da eficiência
Na capital paraibana, o uso da tecnologia tem sido decisivo para tornar a administração mais ágil e transparente. O “Projeto Papel Zero” implantou o sistema e-CIGA, que permite a tramitação 100% digital de documentos administrativos, reduzindo burocracias e aumentando a segurança institucional.
Na área da saúde, o uso do Prontuário Eletrônico do Cidadão, através da plataforma Vivver, informatizou 92 unidades básicas de saúde e diversos serviços hospitalares, otimizando o atendimento e o acesso a informações clínicas. Para Sérgio Ferreira, esse tipo de transformação mostra como a gestão pública pode se modernizar: “A ferramenta permite um estudo detalhado dos processos e as adaptações necessárias. É isso que fundamenta uma mudança consciente e eficaz”.
Cabedelo: parcerias que geram impacto
Em Cabedelo, a regulamentação das Parcerias Público-Privadas (PPPs) marcou um passo estratégico para atrair investimentos. O município criou um Conselho Gestor vinculado à Secretaria de Finanças para definir prioridades e gerir os empreendimentos em infraestrutura e serviços públicos.
Essas parcerias, quando bem planejadas, contribuem para a sustentabilidade fiscal e o avanço econômico. “É preciso analisar todas as informações e possibilidades para implementar recursos como fonte de desenvolvimento — de preferência sustentável”, reforça o professor.
Bananeiras: planejamento para o turismo sustentável
A cidade de Bananeiras, no Brejo paraibano, apostou no planejamento estratégico com foco no turismo sustentável. Por meio da aplicação da matriz SWOT, o município identificou a cultura da banana como um diferencial competitivo, integrando tradição e inovação no desenvolvimento local.
A valorização da identidade cultural e o investimento na qualificação dos destinos turísticos têm ampliado a atratividade da cidade. Para Sérgio Ferreira, isso é um exemplo de gestão orientada para resultados concretos: “Compreender o território e trabalhar com suas potencialidades é uma forma de planejar o futuro com base em dados e realidades locais”.
Campina Grande: inovação como vocação
Reconhecida como polo tecnológico do Nordeste, Campina Grande reafirma sua vocação com projetos como o “Natal Tech”, que em 2024/2025 superou expectativas na reciclagem de equipamentos eletrônicos. A iniciativa integra sustentabilidade, inclusão digital e inovação.
O município também conta com o Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTc/PB), que há 40 anos conecta pesquisa, ciência e desenvolvimento. Para o professor Sérgio Ferreira, esse modelo inspira todo o país: “Transformar a administração pública requer não apenas ferramentas, mas visão de longo prazo. E isso Campina tem mostrado com clareza”.