Galeão desbanca Viracopos e ganha mais uma rota de transporte aéreo de carga. Entenda

Terminal internacional carioca busca aumentar movimentação com voos de encomendas

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Aeroporto internacional Galeão
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O Aeroporto Internacional do Antonio Carlos Jobim ganhou mais uma rota regular de transporte aéreo de cargas, após a americana Atlas Air, uma das principais operadoras globais de logística com aviões, transferir um de seus voos semanais no país do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), para o terminal da Zona Norte do Rio.

Com isso, já são três os voos regulares de carga para o Rio, informa a RIOgaleão, concessionária do aeroporto, que tem na movimentação de encomendas uma das estratégias para revitalizar o terminal internacional carioca.

A nova rota, uma triangulação Miami-Rio-Santiago-Miami, teve seu voo inaugural nesta quinta-feira, quando, já de noite, um Boeing 747 da Atlas pousou no Galeão.

A companhia aérea de cargas americana já operava voos fretados para o Rio, mas não regulares. Equipamentos e materiais para o show da cantora Madonna, que se apresenta no próximo sábado na Praia de Copacabana, chegaram em aviões da empresa.

Segundo Patrick Fehring, diretor de Negócios Aéreos da RIOgaleão, a Atlas operava cinco voos semanais para o Brasil, todos nos aeroportos de Viracopos e Guarulhos. Agora, terá quatro voos por semana para os aeroportos paulistas e um para o Galeão.

O crescimento na demanda por transporte de carga no Rio, que justifica a transferência da rota, é puxado por clientes do setor de petróleo e gás, pela retomada dos serviços de manutenção de aeronaves no Galeão, após a United Airlines assumir um hangar de reparos por lá, e pelo comércio eletrônico, disse Fehring.

– Dos nossos dez maiores clientes, nos últimos 12 meses, seis são do segmento de petróleo e gás. Desde 2018, o setor cresceu em cargas – afirmou o diretor da RIOgaleão.

No caso dos serviços de manutenção de aeronaves, além do hangar da United Airlines inaugurado em julho do ano passado, Fehring lembrou que a GE Aerospace, subsidiária de aviação da gigante General Eletric, anunciou investimentos para ampliar suas unidades de manutenção de motores no Rio – que se espalham entre a capital, Petrópolis e Três Rios, formando o maior polo de manutenção de motores aeronáuticos da América Latina.

Segundo o diretor da RIOgaleão, tanto o setor de petróleo e gás quanto os serviços de manutenção de aeronaves aquecem a demanda pelo transporte aéreo de carga de grande capacidade, como o que será oferecido pela Atlas.

Isso porque esses negócios movimentam equipamentos de grande porte, que, por ter alto valor agregado, compensam ser levados de avião. Dado o tamanho, não podem ser carregados nos porões dos aviões comerciais de passageiros – os cargueiros 747 da Atlas podem carregar até 100 toneladas, com acesso pelo nariz do avião.

As duas rotas regulares de carga que passam pelo Galeão hoje são operadas por duas companhias: a Latam, também no trecho Miami-Rio, e a Cargolux, companhia de Luxemburgo. A expectativa é que a nova rota da Atlas amplie a concorrência, levando a preços menores de frete e, assim, aumentando a demanda pelo transporte de cargas, disse Fehring.

Ano passado, o Galeão movimentou US$ 11,1 bilhões em cargas importadas, alta de 14% ante 2022, segundo a concessionária. É o maior valor desde a privatização do aeroporto, em 2014.

Com isso, o terminal do Rio ficou com 12,8% de participação na movimentação total de carga aérea no país em 2023. Para este ano, a expectativa é de mais crescimento, entre 10% e 12%, segundo a RIOgaleão.

Na visão do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação do Rio, Chicão Bulhões, a ampliação da movimentação de cargas no Galeão comprova que a prefeitura e o governo do Estado do Rio acertaram ao defender a limitação operacional do Aeroporto Santos Dumont.

Para as autoridades locais do Rio, o grande fluxo de passageiros e voos no terminal central da cidade estava minando o movimento no terminal internacional. Após pressionar o governo federal, conseguiram que as autoridades do setor aéreo limitassem a operação do Santos Dumont, obrigando as companhias aéreas a transferirem voos para o Galeão.

– Quando o Galeão se transforma num hub e o Santos Dumont fica com foco em voos específicos, o sistema funciona como deveria funcionar – afirmou Bulhões.

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