Em entrevista ao Paraíba Business, consultor Guilherme Carnicelli fala sobre o momento do mercado imobiliário na capital paraibana e ressalta seus diferenciais como o gabarito de construção na orla.
“João Pessoa tem um diferencial competitivo inigualável no Brasil: o gabarito de sua orla!”. A afirmação vem do consultor especializado em mercado imobiliário, Guilherme Carnicelli, com mais de uma década de atuação e uma dezena de clientes na capital paraibana. “Já visitei essa cidade mais de 50 vezes, desde 2016, e posso afirmar que, nesse período, o mercado imobiliário da capital paraibana evoluiu enormemente. Em termos de conceito de produtos imobiliários, os projetos desenvolvidos aqui não devem nada a grandes centros como Miami. Chamam a minha atenção a preocupação com aspectos arquitetônicos e a usabilidade dos imóveis”, afirma.
Para o consultor, essas características são fruto direto do gabarito de construção da capital que limita a ocupação da orla para grandes construções. A norma aflorou a criatividade e trouxe elementos arquitetônicos modernos e de padrão internacional para os projetos desenvolvidos aqui. “Os arquitetos foram levados diretamente para a pesquisa de formatos, designers e materiais buscando um conceito mais elaborado para os projetos. Não se tratava de vender espaços, e sim, propósitos”, avalia.
Essa tarefa, para Carnicelli, foi cumprida com louvor na capital. “Hoje encontramos aqui projetos que respeitam e valorizam esse aspecto construtivo de João Pessoa. Esse é um diferencial competitivo, um ativo sem preço, conquistado por João Pessoa e que beneficia quem investe, quem mora, quem vive na Paraíba”, enfatiza. Sobre os recentes embates entre o poder público e as construtoras/incorporadoras, Carnicelli acredita que tudo se resolve com diálogo, conversa e troca de informações. “Muitas vezes, o ruído é de comunicação, com pouca transparência de ambos os lados. Uma coisa é certa: a legislação existe para ser respeitada e todos, sem exceção, entendem o valor que essa política urbana tem para a cidade”, acredita.
Turismo
A projeção nacional alcançada pela capital paraibana nos últimos anos não escapa das observações do consultor. João Pessoa tem atraído novos moradores, com bom poder aquisitivo e que busca de qualidade de vida, e novos investidores especialmente interessados nos atrativos turísticos da capital, que é um potente fomentador de emprego e renda para a região. “A meu ver, o Polo Turístico Cabo Branco é uma iniciativa acertada pois é a região de expansão populacional e o tipo de empreendimento previsto para lá atrai um perfil de turista que falta em João Pessoa. Ao mesmo tempo, é preciso pensar que esses públicos – novos moradores e novos turistas – se preocupam com mobilidade e segurança”, analisa Carnicelli.
Para ele, o poder público precisa ser provocado, por uma fonte neutra, a se unir com a classe produtiva na busca de soluções tanto para os trabalhadores/moradores quanto para os turistas. “É preciso haver equilíbrio entre desenvolvimento e seus impactos e, só a união entre poder público e inciativa privada poderá encontrar soluções para esses desafios e para aproveitar, ao máximo, as oportunidades desse momento”, recomenda o consultor.