Os fundos multimercados macro registraram um desempenho positivo em julho, com retorno médio de 1,48%, superando o CDI, que teve uma rentabilidade de 0,91%. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Este foi o melhor desempenho da classe desde março deste ano.
O desempenho foi impulsionado por posições compradas em Bolsa local e em juros brasileiros, que foram os principais responsáveis pelos ganhos dos fundos multimercados macro da ARX e Quantitas. A Legacy Capital, por sua vez, obteve retornos expressivos através de uma posição vendida em petróleo.
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Na Vinland Capital, o fundo Vinland Macro Plus FIM obteve uma rentabilidade de 2,73%, se destacando pelo ganho em alocações relacionadas à queda das taxas de juros na Europa e nos Estados Unidos, assim como por investimentos em ações de empresas de menor valor de mercado (small caps) americanas.
José Monforte, gestor da Vinland Capital, destacou que o mês de julho consolidou a visão de que a política monetária está contribuindo para o arrefecimento da inflação, do mercado de trabalho e da atividade econômica nos Estados Unidos. No entanto, ele mencionou que a recente volatilidade nos mercados globais acendeu um “sinal de alerta”, levando a gestora a fazer ajustes em seu portfólio, como a retirada de posições em small caps e a redução de apostas na queda dos juros americanos.
A ARX também fez ajustes em seu portfólio em resposta ao aumento da volatilidade, reduzindo alocações tanto em estratégias locais quanto internacionais. Apesar disso, a gestora manteve sua posição vendida em Bolsa no exterior como proteção contra uma possível desaceleração mais acentuada da economia dos Estados Unidos. Em julho, o ARX Macro FIM apresentou um avanço significativo de 5,04%.
Por outro lado, a Quantitas decidiu não realizar alterações em seu portfólio na transição de julho para agosto. O fundo Quantitas FIM Mallorca obteve um retorno de 2,51% em julho, com destaque para as posições em Bolsa local e em juros reais no Brasil e nos Estados Unidos. Rogério Braga, sócio e gestor da Quantitas, afirmou que não vê um nível de risco acima do normal que justifique mudanças significativas no portfólio do fundo, descartando a existência de uma crise recessiva nos Estados Unidos no momento.