No dia 30 de março, foi inaugurada a Rue du Dr. Sócrates em Saint-Ouen, uma cidade localizada a 9 km de Paris, França. A rua é uma homenagem ao futebolista brasileiro Sócrates, ídolo do Corinthians e meio-campista que foi uma das grandes estrelas do futebol brasileiro na década de 1980. A prefeita de Saint-Ouen, Karin Bouamrane, explicou que a escolha do nome se deve aos valores e princípios defendidos pelo atleta ao longo de sua vida.
Saint-Ouen será sede da delegação olímpica brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A rua atualmente se encontra dentro da Vila Olímpica e espera-se que se torne um bairro posteriormente.

Quem foi Sócrates?
Sócrates (1954-2011) era conhecido como “doutor” não apenas pela precisão com que manejava a bola em campo, mas também por ser formado em medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Em 1978, ele foi contratado pelo Corinthians, onde jogou até 1984.
Em 1982, Sócrates foi convocado para a Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo daquele ano. Embora o Brasil não tenha conquistado o título, Sócrates foi um dos destaques do time, sendo titular em todos os jogos e capitão da equipe. Nesse mesmo ano, o “doutor” também se destacou no Corinthians, liderando um movimento democrático no clube.
Nasce uma “Democracia Corinthiana”
O Corinthians representou uma força política bastante intensa na época da ditadura. Os atletas vestiam camisas por baixo dos uniformes oficiais com declarações contra a política da época. “Eu quero votar para presidente” e “eleições diretas já” eram algumas das mensagens, que se tornaram a campanha do time de futebol do Corinthians e logo foram adotadas pelas torcidas organizadas do clube.
Durante esse período, o Corinthians conquistou os títulos do Paulistão em 1982 e 1983. No segundo ano, antes da final contra o São Paulo no Morumbi, os jogadores entraram em campo com uma faixa que dizia: “Ganhar ou perder, mas sempre com democracia.” Jogadores como Sócrates, Casagrande, Wladimir, Biro-Biro e Zé Maria, entre muitos outros, são lembrados até hoje por lutarem pelo Corinthians tanto como atletas quanto como líderes do movimento.
A “Democracia Corinthiana” foi o começo do movimento “Diretas Já”, que buscava o retorno do voto popular, negado desde 1960. Em 1984, o movimento começou a enfraquecer com a rejeição da emenda Dante de Oliveira, que teria devolvido o direito de voto ao povo, e com a saída de Sócrates do time paulista. No entanto, os ideais da Democracia Corinthiana perduram até hoje. Sócrates comemorava seus gols levantando o punho direito alto, simbolizando a resistência e o movimento alvinegro.
Fonte: Forbes Brasil