O impacto econômico das festas juninas

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Foto: Briza Cunha
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Canjica, pamonha e arroz-doce. Todos esses itens são tidos por muitos como iguarias brasileiras. Mas, em junho, eles ganham um significado muito mais especial. Isso porque são pratos típicos de festas juninas, uma das épocas mais aguardadas pelos brasileiros e que este ano deve atrair mais de 21,6 milhões de pessoas pelo país. Em 2023, as celebrações movimentaram cerca de R$ 6 bilhões, um aumento de 76% em relação ao ano anterior.

Tudo começou na Europa

Segundo historiadores, a origem da festa junina está diretamente relacionada às festividades pagãs realizadas no continente europeu durante o solstício de verão — a passagem da primavera para o verão. O grande objetivo era afastar os maus espíritos e qualquer praga que pudesse destruir as colheitas.

Com a consolidação do Cristianismo como principal religião da Europa, as celebrações foram incorporadas ao calendário festivo do catolicismo. Por conta disso, as principais datas para festas juninas são comemorações a figuras católicas importantes como Santo Antônio (13/06), São João (24/06) e São Pedro (29/06).

Quando a festividade foi introduzida ao Brasil pelos portugueses, ela era conhecida como festa joanina. Só após anos teve seu nome trocado para referenciar o mês, e não mais ao Santo. Ao longo do tempo, a festa também deixou seu tom predominantemente religioso e passou a ser vista mais como uma celebração popular, tendo grande associação a símbolos típicos das zonas rurais.

No Nordeste

O maior crescimento e adesão da festividade se deu no Nordeste, região que atualmente possui as maiores celebrações. Em 2023, duas das principais festas juninas, realizadas em Caruaru–PE e Campina Grande–PB, arrecadaram, juntas, cerca de R$ 1,1 bilhão — ao todo, as cidades receberam 5,7 milhões de pessoas. As projeções para esse ano são 4 milhões de pessoas em Caruaru e injeção de R$ 700 milhões na economia; Campina Grande espera receber 3 milhões de pessoas.

No Ceará, o município de Maracanaú espera receber mais de 2 milhões de pessoas para as comemorações, enquanto o estado da Bahia deve atrair 1,5 milhão de entusiastas. A festa junina é tão importante para a economia nordestina que, em 2020, a região deixou de arrecadar mais de R$ 1 bilhão devido à suspensão dos festejos por causa da pandemia de Covid-19.

Outras regiões

Minas Gerais espera uma movimentação turística de 3 milhões de pessoas, enquanto São Paulo projeta movimentar R$ 318,8 milhões. Na região Norte, um dos destaques foi Boa Vista–RR, que atraiu um público de 370 mil pessoas e injetou cerca de R$ 20 milhões na economia local.

Segundo o ministro do Turismo, Celso Sabino, o governo quer fazer com que o São João seja igual ao Carnaval em termos de movimentação de turistas estrangeiros e nacionais dentro do Brasil. Celso Sabino afirmou ainda que dados de uma seguradora americana apontaram o Brasil como o 15º país mais seguro para se viajar em 2024. “No ano passado, o Brasil saltou 27 posições neste levantamento, apontando que somos o país mais seguro de toda a América do Sul para se fazer turismo”, ressaltou.

Fontes: Ministério do Turismo e Site The Bizness Waffle

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Redação
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