Apesar da alta maior do que a esperada do IPCA, índice de inflação oficial do Brasil, o Ministério da Fazenda não viu o resultado como uma grande surpresa considerando as enchentes que castigaram o Rio Grande do Sul no mês passado. O IPCA acelerou de 0,38% em abril para 0,46% em maio. O resultado ficou no teto das estimativas das instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 0,46%. Em 12 meses, o índice também avançou, se aproximando de 4,0%, de 3,69% para 3,93%.
A avaliação é de que o índice foi afetado pelos primeiros impactos das enchentes, que ainda devem se fazer presentes no IPCA de junho, mas tendem a ser revertidos ao longo do ano. Em maio, o governo já incorporou parte dos impactos na projeção para o IPCA deste ano, que subiu de 3.5% para 3,7%.
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O efeito da tragédia gaúcha sobre o índice pode ser observado por meio da análise regional. A capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, foi a que registrou a maior taxa em maio, de 0,87%, influenciada pelas altas da batata inglesa (23,94%), gás de botijão (7,39%) e gasolina (1,80%). O grupo de Alimentação e Bebidas (0,62%) foi o que teve o maior impacto sobre o índice geral, de 0,13 ponto percentual, guiado por altas fortes de produtos in natura.
Segundo um técnico da equipe econômica, considerando que o Rio Grande do Sul é um grande produtor de alimentos, o resultado da inflação oficial em maio não chega a ser uma grande surpresa. “Nada completamente fora do esperado”. A expectativa é de que o aumento seja revertido ao longo do ano com a retomada das atividades no estado.