Os últimos dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), divulgados pelo Ministério da Educação, revelaram um cenário variado na qualidade da educação em diferentes regiões da Paraíba. O IDEB, principal indicador para medir a qualidade do ensino nas escolas públicas do Brasil, reflete tanto a aprendizagem dos estudantes quanto a taxa de aprovação, sendo essencial para o desenvolvimento de políticas públicas educacionais. Este levantamento aborda o desempenho das principais regiões do estado, com foco nas cidades da Região Metropolitana de João Pessoa, Borborema, Sertão, Curimataú, Cariri e Brejo, além de destacar os 10 municípios com as melhores e piores notas no IDEB.
A Paraíba ocupa uma posição intermediária entre os estados do Nordeste no ranking do IDEB. Embora os resultados variem conforme os segmentos analisados (anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio), a Paraíba geralmente está entre os estados com desempenhos medianos na região.
Em termos de números específicos, nos anos iniciais do ensino fundamental, a Paraíba costuma se posicionar em uma faixa intermediária, com estados como Ceará e Pernambuco liderando, enquanto outros estados, como Alagoas e Maranhão, ficando abaixo. Nos anos finais do ensino fundamental, a posição da Paraíba também é intermediária, enfrentando desafios maiores para melhorar as notas nesta fase.
No ensino médio, o estado tende a ficar abaixo da média do Nordeste, com desafios significativos em garantir a qualidade do ensino. Essa posição reflete tanto os avanços em algumas áreas quanto os desafios persistentes em outras, especialmente no que diz respeito à equidade entre os municípios e à continuidade da qualidade ao longo das diferentes etapas de ensino.
Região Metropolitana de João Pessoa: Cabedelo ganha de João Pessoa, Bayeux e Santa Rita
A Região Metropolitana de João Pessoa, que inclui a capital e seus municípios vizinhos, apresentou resultados que oscilam entre a estabilidade e a necessidade de melhorias significativas. João Pessoa, a maior cidade do estado, obteve uma média de 5,2 nos anos iniciais do ensino fundamental, enquanto nos anos finais, a nota caiu para 4,1, revelando uma necessidade de intervenção para melhorar a continuidade do aprendizado.
Cabedelo destacou-se positivamente com uma média de 5,7 nos anos iniciais, porém apresentou uma queda para 4,5 nos anos finais. Santa Rita, por sua vez, obteve uma média de 4,1 nos anos iniciais e 3,8 nos finais, resultados que apontam para desafios consideráveis na qualidade do ensino. Bayeux também merece destaque, com uma média de 4,7 nos anos iniciais e um preocupante 3,5 nos finais, indicando a necessidade de ações emergenciais para evitar a queda na qualidade do ensino à medida que os alunos progridem.
Região da Borborema: Campina Grande e Lagoa Seca apresentam os melhores índices
A Região da Borborema, com Campina Grande como seu epicentro econômico e educacional, apresentou resultados que refletem a diversidade de realidades entre seus municípios. Campina Grande, a segunda maior cidade da Paraíba, teve um desempenho de 5,4 nos anos iniciais e 4,2 nos anos finais, um desempenho que, apesar de mediano, exige melhorias para atingir as metas educacionais estabelecidas.
Entre os municípios da região, destacam-se Areial, que obteve 4,9 nos anos iniciais, e Lagoa Seca, com uma média de 4,5. Em contrapartida, cidades como Montadas e Matinhas, ambas com médias de 4,4 nos anos iniciais, estão abaixo da média esperada, revelando a necessidade de intervenções direcionadas para essas localidades.
Sertão: Patos, Pombal e Sousa são os destaques
O Sertão paraibano, caracterizado por suas vastas extensões territoriais e desafios socioeconômicos, mostrou uma grande disparidade no desempenho educacional. Patos, um dos principais municípios da região, alcançou uma média de 6,0 nos anos iniciais, mas caiu para 4,5 nos anos finais, destacando uma lacuna significativa na qualidade da educação oferecida.
Pombal obteve um dos melhores desempenhos do Sertão, com uma média de 7,0 nos anos iniciais e 5,5 nos anos finais. Sousa também apresentou um resultado sólido, com 6,2 nos anos iniciais e 5,2 nos finais. Cajazeiras, por sua vez, registrou 5,7 nos anos iniciais e 4,8 nos finais, demonstrando uma necessidade de atenção para garantir a qualidade ao longo de todo o ciclo escolar. Outros municípios, como Triunfo, com 5,6 nos anos iniciais e 4,1 nos finais, ilustram os desafios enfrentados por cidades menores na região.
Região de Catolé do Rocha: Riacho dos Cavalos lidera mas São São Bento decepciona
Entre os municípios da região de Catolé do Rocha, Riacho dos Cavalos desponta como um dos mais bem colocados, com uma média de 5,8 no IDEB. Esse desempenho coloca o município em uma posição de destaque na região, demonstrando o efeito positivo de políticas educacionais que podem ser replicadas em outras áreas.
Brejo dos Santos, outro município da região, também apresenta um bom desempenho, com uma média de 5,3. Bom Sucesso, com 5,5, completa o grupo dos melhores resultados. Esses números indicam que, apesar das dificuldades enfrentadas no Sertão, é possível alcançar níveis satisfatórios de qualidade educacional.
Catolé do Rocha, cidade polo da região, obteve uma média de 4,6, um resultado que, embora não esteja entre os melhores, mostra uma estabilidade que precisa ser fortalecida com investimentos contínuos em educação.
Por outro lado, a região também enfrenta graves desafios. Municípios como Brejo dos Santos e Belém do Brejo do Cruz, que aparecem entre os melhores, também figuram na lista dos piores desempenhos, com notas de 3,8 e 3,6, respectivamente. Esse fenômeno pode indicar problemas estruturais ou de continuidade nas políticas educacionais, que precisam ser abordados de forma urgente.
Jericó, com uma média de 3,6, e Lagoa, com 4,1 e São Bento com 4,6 também apresentam baixos desempenhos, refletindo as dificuldades enfrentadas em manter um padrão de qualidade educacional e a falta de compromisso das gestões municipais. Esses resultados sugerem uma necessidade urgente de revisão nas estratégias educacionais adotadas, especialmente no que diz respeito à formação de professores, infraestrutura escolar e apoio aos estudantes.