Entenda como exageros e incertezas têm impactado a economia dos EUA nos últimos dias

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Nos últimos dias, o mercado financeiro dos Estados Unidos entraram em pânico, acreditando que a recessão, evitada por três anos, finalmente estava prestes a acontecer. Esse alvoroço foi alimentado por um único relatório sobre o mercado de trabalho, o que resultou em uma reação exagerada.

Esse episódio destaca os riscos de focar em um único dado para avaliar a complexa economia dos EUA. Um aumento inesperado no desemprego, ocorrido há duas semanas, gerou grande preocupação, mas o mercado de trabalho, como observou a vice-presidente Kamala Harris, está inserido em um contexto mais amplo e não pode ser analisado isoladamente.

Na realidade, a economia americana continua sólida, e nenhum economista de renome prevê uma recessão iminente. No entanto, é inegável que as pessoas estão enfrentando dificuldades, com o custo da moradia se tornando inacessível para milhões de americanos e os preços permanecendo altos, mesmo com a desaceleração da inflação.

À medida que se aproxima a eleição, os políticos tentarão explorar narrativas econômicas favoráveis a suas agendas. Um exemplo é focar em um único aspecto, como os preços dos supermercados, ignorando outras nuances.

Gastos do consumidor em destaque

Se há uma estatística econômica positiva a ser observada, é o comportamento dos consumidores. Durante mais de três anos, os americanos continuaram gastando, mesmo diante de crises variadas, como bloqueios pandêmicos, guerras no exterior e desastres naturais.

Esse padrão de consumo ajudou a economia a sair da recessão de 2020. Mesmo após o fim dos cheques de estímulo e com o aumento das taxas de juros, os consumidores mantiveram um ritmo sólido de gastos. De junho a julho, as vendas no varejo subiram 1%, superando as expectativas dos economistas.

No entanto, há sinais de que os consumidores estão se tornando mais cautelosos, focando em encontrar ofertas e pechinchas. Marcas de luxo estão sofrendo, enquanto varejistas como Walmart e Costco estão prosperando. As vendas fracas na Home Depot indicam que os proprietários de imóveis estão adiando grandes projetos, refletindo incerteza sobre suas finanças.

Mercado de trabalho e moradia

O mercado de trabalho também continua sendo um ponto positivo, com o desemprego permanecendo historicamente baixo. Embora a criação de empregos tenha desacelerado devido às altas taxas de juros, a situação do emprego é significativamente melhor do que em 2020, quando o desemprego estava em 6,3%.

Por outro lado, o mercado imobiliário continua enfrentando desafios, com os custos de moradia sendo um dos principais fatores que mantêm a inflação alta. O preço médio das casas atingiu um recorde histórico de US$ 427 mil, um aumento de mais de 20% em relação a três anos atrás.

Esse cenário é resultado de uma combinação de oferta limitada e alta demanda, exacerbada pela pandemia e pelas taxas de juros elevadas. Embora as taxas de hipoteca estejam começando a cair, o mercado imobiliário dos EUA permanece “travado”, e especialistas preveem que a situação só começará a melhorar em 2026.

Inflação e preços

Embora a luta contra a inflação esteja quase vencida, os preços permanecem altos. Desde o início da pandemia, os preços dos alimentos subiram 20%, o que continua sendo uma preocupação para muitos eleitores.

O crescimento salarial, no entanto, está superando a inflação dos alimentos, oferecendo algum alívio para os consumidores. No entanto, a situação econômica dos EUA continua a ser uma questão complexa, com desafios e incertezas persistentes que exigem uma análise cuidadosa e equilibrada.

Fonte CNN Brasil

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Redação
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