Enauta e 3R fazem fusão de R$ 6 bi que cria segunda maior petrolífera do Brasil, atrás apenas de Petrobras

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Acordo forma empresa com potencial de produção de mais de 100 mil barris por dia de petróleo e gás

As ações da 3R Petroleum e da Enauta subiram na sexta-feira depois que as duas petrolíferas brasileiras selaram um acordo com todas as ações, em negócio que representa o início de uma mais ampla da indústria de óleo e gás do país.

Os acionistas da Enauta receberão 0,8092 ação da 3R Petroleum para cada uma de suas ações na transação, de acordo com comunicado divulgado na sexta-feira.

Com base nas ações em circulação da Enauta e no preço de fechamento da 3R na quinta-feira, o negócio está avaliado em cerca de US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões). A 3R deterá 53% da nova empresa, enquanto os acionistas da Enauta ficarão com os 47% restantes.

Em reportagem da Bloomberg Línea em abril, fontes destacaram que a transação, se realizada, abriria caminho para que outras operadoras independentes também buscassem alianças, acelerando o movimento de fusões e aquisiçãoes das “junior oils” do país.

A combinação criará uma empresa com potencial de produção de mais de 100 mil barris por dia de petróleo e gás natural.

As ações da 3R subiram até 4,1% nas negociações desta sexta-feira, enquanto os papéis da Enauta avançaram até 1,7%. Ambas já acumularam ganhos de mais de 16% este ano em meio às discussões sobre um possível acordo.

As duas empresas assinaram um memorando de entendimento em abril para criar uma única entidade maior. A 3R também considerou uma possível combinação com a PetroReconcavo, outra produtora de petróleo brasileira, mas suspendeu esses esforços quando a Enauta propôs sua oferta.

Consolidação das ‘junior oils’

As três empresas fazem parte de um grupo de petrolíferas brasileiras que conseguiram se expandir adquirindo ativos da estatal . No entanto, sob a administração de Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras reverteu o rumo e não está mais vendendo campos de petróleo para arrecadar dinheiro, levando os pequenos produtores a se consolidarem.

Uma vez concluído o negócio, a Enauta se tornará uma subsidiária da 3R, e suas ações não serão mais negociadas no mercado de ações local. O acordo está sujeito à aprovação dos acionistas de ambas as empresas durante uma reunião em 17 de junho, bem como dos reguladores brasileiros.

Ao mesmo tempo, a Maha Energy, um dos acionistas da 3R, concordou em aumentar a sua participação de 15% na 3R Offshore. Maha receberá novas ações ordinárias de emissão da 3R, o que equivale a 2,17% do total do capital votante e social da nova empresa.

A combinação da 3R e da Enauta “criará uma das empresas independentes líderes e mais diversificadas que operam na cadeia de petróleo e gás da América Latina”, disse Kjetil Solbraekke, CEO da Maha Energy, em comunicado.

Décio Oddone, presidente da Enauta, será nomeado presidente da nova empresa, enquanto o diretor financeiro da 3R, Rodrigo Pizarro, assumirá a mesma função na nova entidade.

O Itaú BBA e o BTG Pactual atuaram como consultores financeiros da 3R, e a XP e o Citigroup como consultores financeiros da Enauta.