O dólar à vista registrou nesta sexta-feira sua quarta sessão consecutiva de queda em relação ao real, atingindo a mínima de R$ 5,5151. Durante o dia, a moeda americana chegou a oscilar abaixo dos R$ 5,50, refletindo a busca global por ativos de risco.
A moeda americana encerrou o dia com uma queda de 1,07%, cotada a R$ 5,5151. Esta é a menor cotação de fechamento desde 17 de julho, quando o dólar fechou em R$ 5,4850. Com o recuo desta semana, o dólar à vista acumulou uma baixa de 3,43%, marcando sua primeira queda semanal após três semanas consecutivas de valorização.
O dólar comercial fechou em R$ 5,514 na compra e R$ 5,515 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro com vencimento mais próximo registrou uma queda de 0,54%, fechando em 5.519 pontos. O dólar turismo, por sua vez, foi cotado a R$ 5,543 na compra e R$ 5,723 na venda.
A semana foi marcada por forte volatilidade nos mercados globais, que influenciou diretamente os negócios no Brasil. Na segunda-feira, o dólar chegou a ser cotado a R$ 5,86, impulsionado por temores de uma possível recessão nos Estados Unidos. No entanto, dados econômicos divulgados ao longo da semana reduziram as expectativas de uma recessão iminente, o que levou os investidores a buscar novamente ativos de maior risco, como ações e moedas de países emergentes, incluindo o real.
Além disso, o enfraquecimento do iene em relação ao dólar nos últimos dias favoreceu a valorização de moedas emergentes, interrompendo as operações de “carry trade” que vinham penalizando essas divisas. No “carry trade”, investidores tomam empréstimos em países com juros baixos, como o Japão, e reinvestem em países com taxas de juros mais altas, como o Brasil.
Desempenho do dólar e expectativas futuras
Ao longo da sessão desta sexta-feira, o dólar operou em baixa. A cotação máxima registrada foi de R$ 5,5552 (-0,33%) às 9h05, logo após a abertura do mercado. Já a mínima do dia foi de R$ 5,4917 (-1,47%) às 14h19, antes de a moeda recuperar parte de seu valor.
A queda do dólar foi observada também no exterior, com a moeda americana desvalorizando-se frente a divisas de países emergentes e uma cesta de moedas fortes. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis divisas, registrou uma queda de 0,14%, fechando em 103,140.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional em leilão para rolagem do vencimento de 1º de outubro de 2024. Além disso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,38% em julho, registrando a maior taxa desde fevereiro.
O foco dos investidores agora se volta para o relatório de inflação dos EUA para julho, a ser divulgado na próxima semana, e para os comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, durante o Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole, de 22 a 24 de agosto. No cenário doméstico, o comportamento da inflação e as expectativas de ajuste na taxa Selic também devem continuar influenciando o mercado cambial.