Aprenda a calcular a desvalorização de um carro novo

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O custo do desgaste natural do veículo pode chegar a 1% ao mês.

Se você está pensando em trocar de carro por um zero quilômetro, é bom prestar atenção aos detalhes relatados abaixo para ter a noção real de quanto dinheiro está dedicando a isso. Em outubro de 2021, nosso personagem comprou um carro zero por R$ 98 mil. Na semana passada, ele voltou à mesma concessionária com a intenção de trocar o veículo por um zero quilômetro do mesmo modelo, sem acréscimos de acessórios ou modernidades.

Na concessionária, recebeu a seguinte proposta: o carro usado seria comprado por R$ 81 e com mais R$ 34 mil levaria para casa o zero quilômetro por R$ 115 mil. Ou seja, para trocar o usado pelo novo, ele gastaria o equivalente a 35% do valor do usado. A conclusão é que o desgaste do carro, durante 33 meses de uso, custou pouco mais de R$ 1.000 por mês.

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Usando a tabela Fipe, ele teria um preço melhor na venda. No caso, R$ 85 mil, faltando ainda R$ 30 mil para ter o carro novo, ou seja, um custo de R$ 909 por mês com o desgaste do veículo nos seus 33 meses de uso.

Considere a inflação

Um erro muito comum é calcular como desvalorização do veículo apenas a perda de valor em relação ao preço pago. No nosso caso, essa perda foi de R$ 17 mil, pois foram pagos  R$ 98 mil na compra e a proposta foi de R$ 81 mil.

No entanto, devemos considerar não só a perda de valor do carro que compramos, mas também o aumento do preço do veículo novo. No nosso exemplo, passou de R$ 98 mil para R$ 115 mil.

É devido a esses dois fatores (perda de valor do veículo usado e aumento do preço do novo) que é possível dizer que o custo total do desgaste do veículo foi de R$ 34 mil (considerando a venda para a concessionária) ou de R$ 30 mil (considerando a tabela Fipe).

Quanto mais caro, maior a perda

No nosso caso, houve uma perda de valor de pouco mais de R$ 1.000 por mês, ao longo de 33 meses. Ou seja, cerca de 1% do preço pago pelo carro. Se o veículo tivesse custado

Fosse um carro de R$ 200 mil, e mantendo essa proporção de desvalorização, a perda seria de mais R$ 2.000 por mês, e assim por diante.

Investir o dinheiro é a saída? Se em vez de gastar R$ 34 mil para trocar de carro, nosso personagem investir no mercado financeiro, optando pela aplicação mais segura de todas, o Tesouro Selic, esses R$ 34 mil se transformariam em R$ 43,9 mil nos próximos três anos, já descontando o Imposto de Renda. Ou seja, ganho líquido de quase R$ 10 mil.

Mas aqui também é importante descontar a inflação. Considerando uma inflação de 4% ao ano, o ganho real de um investimento de R$ 34 mil em três anos seria de R$ 5.000.

Então não vale a pena trocar de carro?

Não há uma resposta única para essa pergunta. No caso do personagem, a melhor saída é não fazer a troca agora, pois não há diferença entre o carro usado e o novo. Como o veículo está pouco rodado – 16 mil quilômetros – a opção natural é trocar apenas quando ele começar a dar algum problema ou se o dono quiser algum recurso a mais (nesse caso, trocaria de modelo).

Para quem utiliza mais o carro, o gasto com a troca de carro pode valer a pena. O importante é estar atento ao fato de que o custo do desgaste natural do veículo (sem contar manutenção, revisão, IPVA e outros) pode chegar a 1% ao mês.

Fonte: Uol

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Redação
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