A profissão de corretor de imóveis, regulamentada há 62 anos, conta atualmente com mais de 630 mil profissionais no Brasil, segundo dados do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci).
Esse crescimento é impulsionado pela vasta extensão territorial do país, o significativo déficit habitacional e a demanda por novos espaços e segurança jurídica no setor imobiliário, que já representa 9,4% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com a Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). No entanto, há um potencial ainda maior de crescimento quando comparado a países desenvolvidos.
Apesar do crescimento da categoria, os corretores de imóveis enfrentam uma crise de identidade devido à crescente presença da Inteligência Artificial (IA) no setor. Avatares e assistentes virtuais estão sendo integrados ao atendimento ao cliente, substituindo parte do trabalho tradicionalmente realizado pelos corretores.
De acordo com Marcus Henrique, especialista em tecnologia aplicada ao setor imobiliário, a IA vai saber de todas as ofertas disponíveis, não mais limitando o corretor ao conhecimento exclusivo de algumas opções de mercado.
Marcus Henrique argumenta que, em vez de representar uma ameaça, a inteligência artificial pode ser uma aliada valiosa para os corretores de imóveis. Ele ressalta que a compra de um imóvel é uma decisão complexa e demorada, mas que os consumidores demandam respostas rápidas, inclusive fora do horário comercial. Segundo ele, a tecnologia libera o corretor de tarefas repetitivas, permitindo que ele se concentre em aspectos mais estratégicos e no atendimento ao cliente.
O futuro da profissão, conforme Marcus, está garantido para aqueles que conseguirem combinar suas habilidades humanas com as novas ferramentas tecnológicas, oferecendo um serviço mais completo e personalizado. Ele destaca que, embora a IA seja eficaz na coleta de informações, ela não possui a capacidade de aconselhar ou oferecer orientações personalizadas, competências que continuarão sendo essenciais para os corretores de imóveis.
Marcus Henrique, com experiência prévia como corretor de imóveis, enfatiza que o papel do profissional do futuro será focado em relacionamento e na condução da venda, aspectos onde a “energia humana” ainda desempenha um papel importante.