Conheça Nice, na Riviera Francesa, que também recebe Jogos Olímpicos

Capital da Côte d'Azur, cidade se abre para o azul do Mediterrâneo e surpreende com centrinho antigo, restaurantes franco-italianos e museus a nível mundial

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A uma hora e dez minutos de avião de Paris, Nice já exibe as pinceladas azuis do Mediterrâneo antes mesmo do passageiro tocar o solo. Pela janela do avião, é possível, na maioria das vezes, avistar a Promenade des Anglais, uma avenida de mais de sete quilômetros que margeia o mar e é um símbolo da capital da Côte d’Azur.

Essa é apenas uma prévia dos encantos de Nice, que, além de ser um destino badalado no verão francês, recebe jogos de futebol como parte dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Partidas masculinas e femininas são disputadas nos gramados do Estádio de Nice, o Allianz Riviera, inaugurado em 2013 e com capacidade para 36.178 espectadores.

Casa do clube local, o OGC Nice, o estádio também abriga o Museu Nacional do Esporte, que possui medalhas olímpicas, uniformes e mais de 45 mil objetos e 400 mil documentos sobre a cultura esportiva na França. A visita custa a partir de 6 euros (R$ 36) e pode ser combinada com um passeio pelos bastidores do estádio.

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Patrimônio da Unesco como “cidade turística de inverno da Riviera”, Nice revela muito mais do que dotes esportivos. Vieux Nice, o centro histórico, pulsa com a vida local, oferecendo bons restaurantes e lojinhas de todos os tipos; a vida cultural é vibrante, com museus de diversos tipos e tamanhos; e a cidade é ideal para viagens bate e volta para Cannes e Mônaco, com trajetos de trem por menos de 10 euros (R$ 60).

Raio-X de Nice

  • Onde fica: capital da Côte d’Azur, Riviera Francesa, no sul da França, próxima à fronteira com a Itália;
  • Quando ir: destino para o ano todo, mas melhor aproveitado entre abril e junho e setembro e outubro, quando o clima é ameno. O alto verão, entre julho e agosto, também é uma boa opção, mas costuma atrair muitos turistas;
  • Como se locomover: a pé, de bonde, com viagens a partir de 1,70 euros (R$ 10,36), aplicativos de transporte privado ou ainda de trem entre cidades;
  • Principais atrações turísticas: Vieux Nice (Centro Velho), Praça Masséna, Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses), Parque da Colina do Castelo, Museu Nacional Marc Chagall, Museu Matisse, Museu de Arte Moderna e Contemporânea (MAMAC), Catedral de São Nicolau;
  • Restaurantes: La Merenda, Le Bar des Oiseaux, VISTA by Olivier, Maido Legal.

Nice é uma cidade ideal para ser explorada a pé. No entanto, o sistema de bonde (tram, em inglês) é eficiente e cobre toda a cidade, desde o aeroporto até os pontos turísticos mais distantes. Um bilhete para uma única viagem custa 1,70 euros (R$ 10,40), e há opções de bilhetes variados dependendo do número de dias e viagens.

A exploração de Nice pode começar na Place Massena, a praça mais importante da cidade, construída no século 19 e cercada por edifícios neoclássicos. Atrás dela está a Avenida Jean Médecin, a principal via comercial de Nice, cheia de lojas de departamentos e mercados. No final da avenida encontra-se a Gare Thiers, ou Nice-Ville, uma estação do século 19 de onde partem trens diários para destinos como Antibes, Marselha, Cannes, Paris, Mônaco e também para a Itália.

De volta à Place Massena, a poucos passos da praça, encontra-se o novo Anantara Plaza Hotel Nice, um hotel cinco estrelas que ocupa um edifício de 1848 com fachada Belle Époque e uma atmosfera contemporânea em seu interior. No rooftop do hotel está o Seen by Olivier, uma unidade do renomado restaurante lisboeta, que oferece pratos mediterrâneos e japoneses com vistas para o coração de Nice.

A poucos passos da praça, o centro histórico, ou Vieux Nice, é um local encantador para passeios durante o dia ou à noite. Aqui, turistas e moradores se “perdem” entre construções históricas, restaurantes variados, lojinhas de souvenirs, brechós, cosméticos e chocolates. O som dos sinos da Cathédrale Sainte-Réparate lembra tempos antigos, e a Praça Rossetti, logo em frente, é o local perfeito para desfrutar de um sorvete ou café nos terraços dos restaurantes.

No coração do centro fica o Cours Saleya , um dos mercados de rua mais famosos do país. Ele é formado principalmente por vendas de flores, assim como frutas, legumes e produtos artesanais. Às segundas-feiras entra em cena o mercado de pulgas, com antiguidades interessantes, e, no verão, uma feira noturna de artesanato é atraente para turistas.

Uma vez em Nice, é obrigatório experimentar a socca , especialidade local feita com farinha de grão-de-bico, azeite, sal e água, finalizada com pitadas de pimenta-do-reino. É uma comida de rua, para comer com as mãos, que tem endereço certo: a Chez Theresa , que faz a socca mais comentada de Nice em uma barraquinha no fim do Cours Saleya – prepare-se para filas e separe dinheiro em notas e em moedas, pois aqui não se aceita cartões.

Por falar em comida, restaurantes aqui não faltam. Para delícias locais bem feitos com um pé na Itália, vá ao La Merenda , do chef Dominique Le Stanc, uma pequena joia que serve um menu que muda quase que diariamente em um salão que acomoda menos de 15 comensais. Mas atenção: a casa não tem telefone e nem aceita cartões de crédito, em que funciona somente por reserva neste link.

Mais para o miolo do centro, vá ao Le Bar des Oiseaux , com uma cozinha sazonal e criativa. A área de Cours Saleya reúne muitas casas de pegada turística, mas o La Voglia , puxado para a Itália; o La Storia, com pratos mediterrâneos; e o Le Safari , com especialidades niçoises, são boas opções. Não se esqueça da taça de vinho branco e seja feliz.

Calçadão e Porto de Nice

Impossível visitar Nice sem caminhar pelo seu calçadão, a Promenade des Anglais. Inaugurado no século 19 pela elite britânica, este passeio se estende por mais de sete quilômetros ao longo do Mediterrâneo. O percurso é encantador, com vários bancos públicos transformando-se em camarotes com vistas para o mar e para os aviões que decolam e aterrissam no aeroporto.

A praia é de pedras e a água é calma, sem ondas. Alguns restaurantes à beira-mar ganham vida também à noite.

Entre os diversos hotéis, o histórico Le Negresco se destaca. Ocupando um magnífico edifício da Belle Époque, o hotel possui duas chaves Michelin. Com mais de um século de história, seus letreiros não deixam dúvidas: o hotel é ricamente ornamentado tanto por dentro quanto por fora. Entre seus feitos notáveis, recebeu personalidades como Salvador Dalí e Elton John, exibe obras de arte, e o restaurante Le Chantecler tem uma estrela Michelin, além de contar com um clube de praia próprio.

Para uma perspectiva diferente da cidade, prepare-se para subir e ver Nice do alto. Entre o centro histórico e o porto, encontra-se a colina do Castelo (Parc de la Colline du Château). Este parque de quase 20 hectares é acessado por escadas e oferece vários mirantes. Lá em cima, a vista da baía até as colinas permite enquadrar a paisagem urbana a 92 metros de altura. Embora o castelo em si seja apenas um vestígio, o local, que marca a fundação da cidade, possui restos devastadores e cascatas que enriquecem o passeio.

Para completar, uma boa sugestão é visitar a região do Porto de Nice, muitas vezes negligenciada pelos roteiros turísticos. Escolha um restaurante, sente-se em uma mesa externa de frente para as embarcações e desfrute do fim da tarde com uma taça de vinho enquanto o sol se põe.

O primeiro, Museu Nacional Marc Chagall , reúne essencialmente obras de artistas inspirados pela religião, assim como as 17 peças que formam sua série da Mensagem Bíblica – a coleção permanente é o maior acervo público de obras de Marc Chagall. As entradas saem entre 8 e 10 euros (R$ 48 e R$ 60). Já o Museu Matisse detém uma coleção de quase 600 obras e acompanha a evolução do artista, do princípio aos seus últimos dias. A visita sai por 10 euros (R$ 60).

O Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Nice (MAMAC) era uma das joias da cidade – ele estará fechado até 2028 devido a um grande projeto de renovação. O acervo tem mais de 1.400 obras de 350 artistas, indo do Novo Realismo Europeu à Pop Art. Por enquanto, algumas obras farão parte de mostras de outros museus locais e também há uma seção online para mais descobertas sobre o museu.

Menos comentado, o Museu de Belas Artes (Musée des Beaux-Arts de Nice) também vale uma visita. Pequeno, ele ocupa uma vila neoclássica do século 19 e abrange obras que vão do século 12 ao século 20. A entrada sai por 10 euros (R$ 60,95). Vale dizer que Nice possui um passe de 15 euros (R$ 91) que, durante alguns dias, dá acesso a todos os museus e galerias municipais. Há ainda o French Riviera Pass, válido por um, dois ou três dias com acesso aos principais museus de toda a Riviera Francesa por 28 euros, 40 euros e 59 euros, respectivamente (R$ 170; R$ 243 e R$ 358).

Entre as lojas, a Basílica de Notre Dame de l’Assomption é a maior de Nice e fica bem na Avenida Jean Médecin. De estilo neogótico, foi construído ainda no século 19 para “afrancesar” a cidade, em que impressiona pelos vitrais e pelas duas torres de 31 metros.

Mas a surpresa fica mesmo para a Catedral de São Nicolau , uma catedral ortodoxa russa inspirada nas igrejas de Moscou. Inaugurada em 1912, é uma lembrança da importância da comunidade russa em Nice nesta época. Segundo o órgão de turismo da cidade, é o maior edifício religioso desse tipo fora da Rússia.

Fonte: CNN Brasil

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Redação
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