Conheça a cidade de Carmelo, o paraíso do enoturismo no Uruguai

Pequena cidade à beira do Rio da Prata, no Uruguai, ficou conhecida por suas vinícolas, tanto históricas quanto boutiques

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Se você está em Colônia do Sacramento, a cerca de 70 milhas de distância está Carmelo. Com aproximadamente 16,8 mil habitantes, essa charmosa cidade à beira do Rio da Prata, no Uruguai, é famosa por suas vinícolas, que variam de históricas a boutiques e estão localizadas próximas umas das outras. Isso facilita a visita a duas ou três delas no mesmo dia. Se você gosta da ideia de pedalar entre vinhedos, este é o lugar ideal.

O turismo em Carmelo se concentra na área rural, oferecendo resorts, passeios de barco no Rio da Prata e cavalgadas pelo campo. Contudo, o principal atrativo da região é o vinho, e por isso, muitas das sugestões de hospedagem e gastronomia estão situadas nas próprias vinícolas.

Entre as vinícolas abertas à visitação, destacam-se Irurtia, Zubizarreta, Fripp, Narbona, Campotinto, Cordano, El Legado, El Quinton e o recém-inaugurado Pueblo Tannat. Para quem deseja passar dois dias em Carmelo, selecionei quatro visitas imperdíveis para desfrutar com tranquilidade.

Narbona Wine & Lodge

A Narbona, como a conhecemos hoje, é um projeto relativamente novo que ajudou a consolidar Carmelo como um destino de enoturismo. Desde sua abertura para visitantes em 2010, a vinícola, que inicialmente recebia majoritariamente argentinos, agora atrai principalmente brasileiros. Essa mudança no perfil dos visitantes também influenciou a produção dos vinhos, com quase toda a produção sendo vendida e consumida localmente e em outros projetos da marca Narbona no Uruguai e em Miami, nos Estados Unidos.

A marca Narbona tem um forte apelo visual. A bodega combina elementos rústicos e coloniais uruguaios com toques do sul da França (de onde vem o nome Narbona), criando um ambiente elegante e aconchegante com um toque de tradição. Desde as instalações da bodega até o restaurante e as acomodações, tudo em Carmelo é meticulosamente cuidado.

Hospedar-se na Narbona é uma atração à parte. Cada unidade de acomodação tem uma decoração única, ideal para quem deseja relaxar após um jantar harmonizado no restaurante da vinícola ou começar o dia com um delicioso café da manhã. Os preços das diárias variam de 275 a 500 dólares (aproximadamente R$ 1.512 a R$ 2.750), dependendo da época do ano.

O restaurante da Narbona é renomado e utiliza produtos da própria marca. Além de vinhos, a Narbona produz pães, massas, geleias, queijos, verduras e vegetais orgânicos, granolas e mel. O doce de leite da marca é especialmente popular, disputando a preferência dos visitantes com o iogurte da casa. O restaurante oferece café da manhã, almoço e jantar diariamente.

Um passeio pela área de produção de vinhos e uma degustação na antiga cave, construída em 1909 e onde também são envelhecidos queijos e curados, são experiências imperdíveis. As degustações, que incluem um tour pela vinícola, três vinhos e queijos produzidos na própria casa, ocorrem de quarta a domingo e custam aproximadamente R$ 250.

Bodega Zubizarreta

Família Zubizarreta produz vinhos desde 1957 com duas gerações na ativa em um momento revigorante de sua produção vinícola 

Para quem busca uma experiência em um local com rica história e tradição vinícola, a família Zubizarreta, que produz vinhos desde 1957, oferece um vislumbre desse legado. Atualmente, duas gerações trabalham juntas, revitalizando a produção da vinícola. A Zubizarreta foi a primeira em Carmelo a obter o selo de viticultura sustentável.

Embora a produção de vinhos finos seja relativamente recente para a vinícola, a Zubizarreta tem uma longa tradição de fabricar vinhos em garrafões de cinco litros. A nova linha de vinhos de alta gama impressiona pela qualidade e inclui três tintos e o primeiro albariño (uma uva branca muito popular no Uruguai) produzido na região. A vinícola oferece três tipos de degustações, todas conduzidas com atenção pela dedicada Isabela Zubizarreta.

Recomendo a degustação premium, que apresenta os melhores vinhos da vinícola, acompanhados por uma seleção de queijos, frios e pães. Além disso, na propriedade está a Casa de Aitona, um edifício do século XX restaurado em 2001, onde é possível se hospedar. O ambiente campestre e tranquilo é ideal para quem busca um descanso relaxante, com café da manhã e a opção de almoço harmonizado disponíveis para os hóspedes.

O Legado

Não foi apenas a excelência de seus vinhos que tornaram o El Legado conhecido, mas também a simpatia de seu proprietário/ Foto: Giuliana Nogueira

O fundador do El Legado, Bernardo Marzuca, não herdou a vinícola, mas a construiu com sua família e posteriormente recomprou as terras que um dia pertenceram a seu pai. Embora o El Legado tenha sido estabelecido há pouco mais de 10 anos, ao visitá-lo, parece que sempre fez parte da paisagem de Carmelo. É comum ouvir turistas dizerem: “Tenho um amigo que tem uma vinícola por lá”, e eu respondo: “Ah, sim, é o Bernardo, não?”

A vinícola produz tannat, syrah, um blend de tannat e syrah, e mais recentemente, um viognier. Não foi apenas a excelência de seus vinhos, com destaque para o syrah, que colocaram o El Legado em evidência, mas também a simpatia e a paixão de Bernardo pela vinícola, que ele compartilhava com entusiasmo com os visitantes.

Em 1º de maio de 2022, recebemos a triste notícia do falecimento precoce de Bernardo. No entanto, a paixão pela vinícola parece estar no sangue, já que sua companheira, Maria Marta Barberis Cassoni, e seus três filhos continuam o trabalho, recebendo pessoalmente muitos dos visitantes, assim como Bernardo fazia.

Atualmente, o El Legado oferece duas opções de degustação: uma prova de quatro vinhos acompanhada de uma tábua de frios, ao custo de cerca de R$ 240, ou uma experiência completa com um almoço na parrilla e vinhos diretamente da barrica. Além disso, é possível se hospedar na propriedade, com reservas disponíveis através do site da vinícola.

Povo Tannat

Pueblo Tannat, a cáçula das vinícolas da região, teve sua estrutura para destruição inaugurada em 2024/ Foto: Giuliana Nogueira/CNN Brasil

A caçula das vinícolas da região, inaugurada em 2024, é uma promessa de inovação. Apesar de jovem, o vinhedo já produziu vinhos de excelente qualidade que merecem a atenção dos visitantes.

Atualmente, grande parte da produção é servida no próprio restaurante da propriedade. Em uma elegante área de observação, situada acima da caverna subterrânea, os visitantes podem desfrutar dos vinhos da casa com total tranquilidade.

Os pacotes de degustação, que variam de 27 a 75 dólares (aproximadamente R$ 148 a R$ 412), oferecem opções que incluem a prova de vinhos acompanhada de petiscos, tábuas de frios e empanadas, ou até mesmo uma refeição completa com prato principal.

Fonte: CNN Brasil

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