Como o iPhone 16 pode mudar a direção dos smartphones com IA para sempre

Se a Apple deseja que seus planos de inteligência artificial se destaquem, o movimento certo pode ser não jogar o jogo da IA generativa

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Atualização iOS 17.6.2 (Foto: Reprodução)
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Na próxima segunda-feira, 9 de setembro, Tim Cook e sua equipe revelarão os novos iPhones. Durante o evento, a Apple também apresentará sua visão sobre a inteligência artificial generativa. No entanto, e se a Apple decidir adotar uma abordagem inovadora.

Em outubro de 2023, o Google deu um passo à frente com os “primeiros smartphones com IA” (o Pixel e o Pixel 8 Pro). Desde então, o mercado de smartphones tem seguido a tendência ditada pela empresa, com todos os lançamentos recentes incorporando IA generativa para criar conteúdos do zero, resumir textos, gerar imagens e muito mais.

Não seria uma surpresa se a Apple, conhecida por sua abordagem cuidadosa em relação às novas tecnologias, decidisse seguir uma tendência já estabelecida. Seu histórico de chegar tarde a inovações — como foi o caso da Realidade Aumentada, carregamento sem fio e aplicativos de terceiros — sugere que a empresa pode adotar a IA generativa com sua própria marca distinta. A IA generativa poderia, portanto, ser apresentada com um nome marcante, mas talvez um tanto desajeitado, como “Apple Intelligence”.

A forma como a Apple aborda a inteligência artificial pode ser comparável às ofertas do Android e de seus parceiros do Google, como a reescrita de textos, a criação de resumos e a geração de imagens e vídeos. Embora a implementação da Apple possa diferir em termos de interface e apresentação, a empresa segue um caminho já trilhado por seus concorrentes há meses.

Entretanto, os riscos associados à IA generativa estão se tornando cada vez mais evidentes. À medida que os smartphones incorporam essas tecnologias, os perigos se ampliam. Ferramentas como as novas capacidades da família Pixel 9, que em breve estarão disponíveis no Android, podem transformar ideias em armas de desinformação. Relatos como o do The Verge destacam como essas ferramentas podem ser usadas para manipular imagens e informações, potencialmente amplificando os riscos associados a mau uso e toxicidade na internet.

A questão é: será esse o caminho que a Apple deseja seguir? Ao falar especificamente sobre inteligência artificial generativa, é importante destacar que outras aplicações de IA, como aprendizado de máquina, não têm o mesmo nível de problemas criativos. O iOS já utiliza aprendizado de máquina para tarefas essenciais, como desbloqueio com FaceID, combinação de fotos, sugestões inteligentes no calendário e texto preditivo no teclado. Essas ferramentas mantêm o processamento e os dados no dispositivo, oferecendo benefícios claros e definidos sem os mesmos riscos associados à IA generativa.

A Apple sempre se orgulhou de seu foco no bem-estar dos consumidores e na proteção da comunidade. A empresa tem demonstrado disposição para tomar decisões que considera benéficas para seus clientes e para seu sucesso financeiro. Embora nem todos concordem com sua abordagem, Tim Cook e sua equipe têm mostrado a intenção de estabelecer limites claros.

Se a Apple quiser destacar seus planos de inteligência artificial, uma estratégia interessante poderia ser não seguir a tendência da IA generativa. Em vez disso, a empresa poderia continuar a usar a IA de forma responsável, com redes neurais, aprendizado de máquina e outras tecnologias assistivas. A Apple poderia usar sua influência para moldar a IA como um campo de tecnologias úteis e bem definidas, evitando os riscos associados à IA generativa. Limitar a IA generativa nos novos iPhones poderia dar à indústria o tempo necessário para refletir sobre os impactos dessa tecnologia antes que se torne uma realidade incontrolável.

Fonte: Forbes Brasil

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Redação
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